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À espera de revitalização,Cidade da Criança tem cenário de abandono
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À espera de revitalização,Cidade da Criança tem cenário de abandono

| CENTRO | Previsão é que obras comecem ainda este ano e sejam finalizadas em 2020. Até lá, equipamento centenário segue carente de usos oficiais
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CIDADE da Criança tem lixo acumulado e prédios arrombados. Local aguarda início de requalificação (Foto: Evilázio Bezerra)
Foto: Evilázio Bezerra CIDADE da Criança tem lixo acumulado e prédios arrombados. Local aguarda início de requalificação

Após um dia de trabalho e estudo, Camila Ferreira, 18, acomodou-se em um banco do Cidade da Criança, no Centro de Fortaleza, e pôs uma música para tocar no fones de ouvido, enquanto adiava o retorno para casa e aproveitava o resto do feriado, na segunda-feira, 25. A Data Magna, que celebra a abolição dos escravos no Ceará em 1884, tem uma coincidência com o local, que, apesar de ser popularmente conhecido por Parque das Crianças, oficialmente se chama Parque da Liberdade, em referência ao dia histórico. O equipamento municipal também aguarda o tempo passar para, enfim, começar a receber os cuidados e usos que uma construção centenária merece.

Junto com a Praça Coração de Jesus, o parque foi eleito, por votação popular, em fevereiro do ano passado, para receber R$ 10 milhões em investimento de requalificação. Oito meses depois, em 23 de outubro, a Prefeitura anunciou o projeto vencedor de reforma e readequação dos dois cartões-postais. Conforme anunciado na ocasião, a expectativa é que as obras comecem até junho.

Entre as novidades, novo terminal de ônibus - com espaço para futuro bondinho -, Casa de Apoio ao Frequentador, espaço para Administração e Guarda Municipal, Casa do Ciclista, cafeteria, restaurante, entre outras.

A três meses do prazo para início das intervenções, quem opta por entrar no parque, seja para cortar caminho ou mesmo para visita, se depara com pinturas desgastadas, elementos históricos sem restauração, e lixo à espera de coleta, inclusive no lago no qual o tradicional pedalinho já não navega. E encontra também pessoas vivendo em situação de rua.

"Poderia melhorar mais a aparência. Está tudo morto, sem vida. Colorir mais. Aqui é lindo, mas poderia ficar mais", avisa Camila, que também receia frequentar mais o equipamento pela falta de segurança. Um morador, que prefere não se identificar, relata ao O POVO casos frequentes de assalto.

Alguns dos prédios que ficam dentro do parque estão arrombados. No interior destes, materiais visuais, como placas e banners, de coordenadorias municipais que não funcionam mais no local, além do odor de fezes e urina.

As únicas instalações com uso institucional são da guarnição da Guarda Municipal de Fortaleza (GMF) e da Autarquia de Urbanismo e Paisagismo de Fortaleza (UrbFor), que administra o equipamento desde janeiro. Por nota, o órgão explica que a GMF tem efetivo 24 horas fixo no local, onde 18 guardas se revezam em quatro equipes, cada uma com 12 horas de turno, em rondas a pé para prevenir novos arrombamentos. A UrbFor informa que "não há previsão de utilização dos demais prédios até que se iniciem as obras".

Sobre a reforma esperada, a Secretaria Municipal da Infraestrutura (Seinf) afirma que o programa que visa à requalificação dos espaços está em fase de elaboração de projeto básico e orçamento, e que o valor da obra não deve ultrapassar os R$ 10 milhões. Licitação deve ser feita neste semestre, com início das obras no segundo semestre deste ano, segundo assessoria de imprensa da Seinf. Sobre prazo de conclusão, a pasta responde que ainda não há data definida, mas que ocorrerá em 2020.

26 mil

Metros quadrados é o espaço do local que já foi conhecido como Parque da Liberdade, pela libertação dos escravos no Ceará em 1884. Em 1922, passou a ser Parque da Independência, em comemoração do centenário da Independência do Brasil. Em 1938, recebeu, enfim, o nome de Cidade da Criança.

 

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