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Católicos participam da procissão do Senhor Morto em Fortaleza
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Católicos participam da procissão do Senhor Morto em Fortaleza

| Páscoa | A contemplação da cruz, símbolo central dos ritos da Sexta-feira Santa, rememora o sofrimento de Jesus Cristo
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PROCISSÃO do Senhor Morto no Centro de Fortaleza: tradição popular veio da Europa (Foto: Mateus Dantas)
Foto: Mateus Dantas PROCISSÃO do Senhor Morto no Centro de Fortaleza: tradição popular veio da Europa

Além dos bancos do templo, banquinhos e cadeiras dobráveis levados pelos fiéis serviram de descanso. Alguns se sentaram no chão para participar da Celebração do Senhor Morto, realizada ontem na Catedral Metropolitana de Fortaleza, no Centro. Outros inúmeros católicos assistiram em pé, lotando o interior da igreja e as escadarias de todos os acessos ao templo. Reunidos para lembrar a paixão de Jesus Cristo, milhares de fiéis assistiram à celebração presidida pelo arcebispo de Fortaleza, dom José Antônio Aparecido Tosi Marques. A contemplação da cruz, símbolo central dos ritos da Sexta-feira Santa, rememora a morte e ressurreição de Cristo.

A celebração da paixão de Cristo é dia de jejum e abstinência de carne para os católicos. O rito começou às 15 horas, horário em que Cristo morreu crucificado, segundo a tradição católica. Durante a cerimônia, foi realizado momento de adoração e beijo devocional da Santa Cruz, como sinal de reverência à morte do Senhor.

Depois da celebração, foi realizada a Procissão do Senhor Morto. O rito, como explica o arcebispo, é uma devoção popular comum no Brasil vindo da Europa. Uma lembrança da morte de Jesus, que depois de morto foi levado à sepultura.

"O povo faz essa caminhada devota no sentido de acompanhar o corpo de Jesus. É uma devoção popular, não é a liturgia própria da igreja. Mas é uma devoção muito sentida, muito verdadeira", diz. Conforme Dom José Antônio, a medida que acompanha Jesus para a sepultura, se acredita e se tem certeza que ele ressuscitou. "E também todos aqueles que são feridos pela dor, pela fraqueza e pela morte podem esperar porque a sepultura não é o último lugar", ensina. O rito é um momento de reflexão do destino da própria morte e de toda a humanidade.

Ele usa as palavras de Cristo: "é como um canteiro em que se planta um grão de trigo. Colocado na terra, parece morrer. Depois ele sobe e nasce para produzir frutos. Assim foi a vida dele e será a vida de todos aqueles que creem em Jesus".

Seguindo a imagem de Jesus, os fiéis percorreram vias do entorno do templo entoando cânticos e preces. Da porta das casas, janelas e calçadas, moradores se emocionaram com a procissão. Saindo da Catedral, eles passaram pela rua Rufino de Alencar, avenida Dom Manuel, rua Costa Barros e rua São José para retornarem à igreja.

Missionária há 18 anos, Adriana Bezerra, 46, se sente "participando do mistério da paixão e ressurreição de Cristo" durante a celebração. "Renova minha fé, meu amor a Jesus e à Igreja, meu ardor missionário. É uma gratidão por tudo que esse homem que é Deus fez por mim."

Hoje à noite, Sábado Santo, é findado o período em que não há bençãos na igreja. Desde a Quinta-feira Santa à noite, de acordo com a tradição, se inicia um tempo de recolhimento dos fiéis.

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