No primeiro trimestre de 2019, o número de casos de assaltos no transporte público caiu quase 78% com relação ao mesmo período do ano anterior. Foram 62 casos este ano ante aos 280 registrados em 2018. André Costa, secretário de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), atribui o resultado a realização de blitze e a revista de passageiros. Além disso, ele acredita que implementação do pagamento de passagens exclusivamente por cartão eletrônico tem contribuído para a estatística. "Precisamos chegar a 100%, eliminar por completo o dinheiro dentro dos ônibus", defendeu Costa.
Os dados foram anunciados ontem em coletiva na SSPDS. O número de 2019 é o menor índice da série histórica, que começou em 2004. A redução ocorre desde 2017, quando foram computados 554 assaltos. Este ano, foram casos 23 casos em janeiro, 14 em fevereiro e 25 em março. Até o dia 7 de abril, foram 21 roubos.
De acordo com André Costa, a redução é resultado da integração de ações entre a secretaria e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus). "A questão dos roubos em coletivos sempre foi prioridade porque de três a cada quatro cearenses da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) fazem uso desse tipo de transporte e, quando acontecem, dezenas de pessoas são vítimas", disse.
As ações de combate foram iniciadas em meados de 2017. "Temos analisado os dados e feito uma concentração de ações policiais nas linhas e locais em que são mais constantes os roubos, as blitze, com a operação Passageiro Seguro. Também temos melhorado o fluxo de passagem de imagens para a Polícia Civil para que pudesse melhorar o trabalho de investigação de roubos e fraudes envolvendo o cartão". Cada Área Integrada de Segurança (AIS) conta com um detector de metais utilizado nas revistas.
Conforme o secretário, outra ação considerada fundamental é o uso exclusivo do cartão. "Tirar o dinheiro de dentro dos ônibus é uma ação fundamental para a segurança. A gente vê isso não só em países de primeiro mundo, como de terceiro mundo também. Sei que já tem um percentual alto, mas precisamos chegar nos 100%".
Conforme os levantamentos, a AIS 5, que abrange bairros como Parangaba e Montese, e AIS 4, que envolve o Centro, são algumas das áreas que concentram os casos. A AIS 7, que compreende Sabiaguaba, Passaré e Parque Dois Irmaõs, e a AIS 11, que envolve Caucaia e São Gonçalo do Amarante, também concentram a maioria dos casos.
"A gente não gosta de antecipar. Mas vamos passar a uma estratégia que foi pensada. Temos uma novidade aproveitando a estrutura que temos nos ônibus", disse Costa. "Temos 20% (da frota) exclusivamente com autoatendimento. Nesses, os casos de assalto vão a 0. Quando eliminar o uso do dinheiro, a gente acaba com o problema da atratividade para assaltos", afirma Dimas Barreira, presidente do Sindiônibus.
Dados
O melhor índice anterior a 2019 foi registrado em 2011, quando aconteceram 110 roubos no primeiro trimestre do ano. Nesse ano, foram registrados 279 casos ao dos 12 meses