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Fortaleza registra 49,7% de redução das arboviroses em 2019
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Fortaleza registra 49,7% de redução das arboviroses em 2019

| SAÚDE | Estatística na Capital está na contramão da nacional. No Brasil, houve aumento de 264% dos casos
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Mosquito Aedes aegypti se reproduz em água parada (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil Mosquito Aedes aegypti se reproduz em água parada

Fortaleza registrou 49,7% de redução do número de casos de arboviroses nos primeiros quatro meses deste ano quando comparado ao mesmo período do ano passado, de acordo com dados da Secretaria Municipal da Saúde (SMS). O resultado, divulgado ontem, é obtido na Capital diante de um cenário alarmante em contexto nacional, que apresenta 264% de aumento em relação aos casos de dengue, uma das três doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Na Capital, foram 696 casos de janeiro a abril. Em 2018, 1.383.

Para o prefeito Roberto Cláudio, esse encolhimento é resultado de uma mobilização não apenas do poder público, mas das parcerias estabelecidas com a imprensa e a sociedade civil. Ele afirma que o papel do cidadão comum é essencial porque o número de criadouros de mosquitos localizados nas residências representa mais de 80% do total.

Com o objetivo de ter um maior contato com a população, a SMS iniciou uma parceria com o Sindicato dos Taxistas do Ceará (Sinditaxi). Com cerca de 100 mil corridas realizadas por dia, os taxistas serão treinados por profissionais da SMS para orientar os passageiros sobre o combate às arboviroses. "A propagação dos cuidados necessários com a dengue, zika e chikungunya é uma missão definida para todos os taxistas. Eles serão novos soldados para esse combate", enfatiza o prefeito.

Em relação aos focos do mosquito, entretanto, os dados mais recentes, coletados em janeiro deste ano, são preocupantes. O Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) indicou que quatro bairros da Capital estavam com risco de surto de dengue (Conjunto Ceará I, João XXIIII, Planalto Ayrton Senna e São Bento). Em outros 66 bairros, foi identificado estado de alerta e 49 apresentaram condições satisfatórias.

A secretária da Saúde Joana Maciel afirma que os dados estão desatualizados e, neste mês, serão coletadas novas informações. Ela explica que baseado no que foi apurado em janeiro, a Prefeitura fez uma ação direcionada, intensificando o combate nos bairros com situação mais crítica.

O sistema de inteligência, com dados em tempo real e intervenções dirigidas, é um fator defendido por Joana para o sucesso da redução dos casos no primeiro quadrimestre do ano. Ele lembra, entretanto, que não se pode "baixar a guarda", o mês de maio ainda compõe o período da quadra chuvosa, que tem sido atípica em Fortaleza.

A maior preocupação da gestão pública é com a volta do vírus tipo dois da dengue (Denv 2). Ele já está circulando em outros estados do País, principalmente no Sudeste, e a chegada ao Ceará pode gerar uma nova epidemia, devido ao grande número de pessoas que nunca foram expostas ao vírus. A última epidemia ocorreu no Estado há 11 anos, em 2008.

BRASIL

Além das cidades em situação de risco, o Ministério da Saúde identificou 2.160 municípios em alerta e outros 1.804 com índices satisfatórios.

MINISTÉRIO DA SAÚDE

> Na última quarta-feira, o Ministério da Saúde divulgou que Fortaleza está no grupo de 16 capitais em alerta por causa de possível surto de dengue, zika e chikungunya.

> A informação é baseada no primeiro Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (Liraa) de 2019, feito em janeiro, que indica que 994 municípios apresentam alto índice de infestação.

> A Secretaria Municipal da Saúde afirma que a pesquisa está desatualizada e já não corresponde à realidade da Capital.

> O MS ainda informou que o Ceará possui a quarta maior incidência nacional e a primeira do Nordeste relacionada a registros da chikungunya. Entre as maiores incidências estão o Rio de Janeiro (80,6 casos/100 mil hab.), Tocantins (30,9), Pará (27,6), Ceará (11,8) e Rio Grande do Norte (11,3).

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