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Homens idosos e não-brancos elevam o índice de analfabetismo
Economia

Homens idosos e não-brancos elevam o índice de analfabetismo

Ceará. Pretos e pardos
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Tipo Notícia

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) revelam que o analfabetismo no Brasil está diretamente associado à idade. Quanto mais velho o grupo populacional, maior a proporção de analfabetos, principalmente entre os autodeclarados pretos e pardos.

Mesmo com os avanços na educação, desigualdades etárias, raciais e de gênero ainda persistem, de acordo com levantamento, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgado ontem, 19.

Apesar da diminuição do analfabetismo no cenário estadual, ao esmiuçar os números, verifica-se que homens mais velhos e não-brancos são quem mais robustecem o indicador do analfabetismo cearense. As faixas etárias analisadas pela Pnad Contínua indicam que há mais homens analfabetos do que mulheres no Ceará e que seguem a tendência: quanto mais avançada é a idade, maior o analfabetismo.

Em 2018, entre homens com 15 anos ou mais, a taxa de analfabetismo foi de 15%. Essa variação foi de 3,3% frente às mulheres (11,7%). Outras cinco categorias de idade foram apresentadas, sendo a de 60 anos ou mais a que teve maior variação. Enquanto 41,4% dos homens foram apontados entre os analfabetos, o percentual entre as mulheres foi de 33,6%.

Já ao analisar a cor ou raça, a pesquisa mostrou disparidade entre brancos e não-brancos. Ao passo que 41,1% do grupo de pessoas pretas ou pardas acima de 60 anos são analfabetas, o percentual de brancos nas mesmas condições cai para 26,7%. Esta é a maior variação. A diferença entre brancos e pretos ou pardos com 15 anos ou mais é a menor: 4,9%.

Em nível nacional, entre as pessoas com 60 anos ou mais, a taxa declinou de 20,4% para 18,6%. Esse foi o mais alto percentual entre as faixas de idade. A taxa de 2018 equivale a quase 6 milhões de analfabetos. (Wanderson Trindade/Especial para O POVO)

 

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