Após o depoimento de Hilson de Paiva na Delegacia de Capturas, na tarde de ontem, 19, o advogado que o defende, Leandro Vasques, afirmou que irá pedir habeas corpus para o seu cliente, a ser impetrado na segunda-feira, 22. À imprensa, ele ressaltou que o médico colaborou com a investigação, tendo, inclusive, respondido a todas as perguntas feitas pela Polícia Civil no interrogatório. Também destacou que ele "apressou-se" a se apresentar à Polícia após expedido o mandado de prisão.
A defesa de Hilson já havia criticado o pedido de prisão, destacando, entre outros, que os vídeos são antigos e que o médico nunca agiu para atrapalhar as investigações. Ainda em junho último, em requerimento ao Ministério Público Estadual (MPCE) pedindo informações sobre as investigações, a defesa de Hilson já havia afirmado que ele não realizava atendimentos médicos desde 2015. No entanto, na decisão judicial da Comarca de Uruburetama que decretou a prisão de Hilson, é citado, com base na investigação da Polícia Civil, que os abusos persistiram após a divulgação dos primeiros relatos de abuso em 2018.
Outro ponto afirmado pela defesa no requerimento é que Hilson é idoso e vem sofrendo "fortes impactos psicológico" desde 2018 por causa de ameaças e extorsões em decorrência dos vídeos. Cinco pessoas são rés pela acusação de terem extorquido o médico ainda em 2018. Com base em um vídeo que aparenta relações consensuais de Hilson com pacientes, eles teriam exigido sua renúncia. Entre os acusados, está Artur Wagner, vice-prefeito do Município que assumiu a prefeitura. (Lucas Barbosa)