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Governo deve investir R$ 600 milhões até 2023 para modernizar a rede de saúde
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Governo deve investir R$ 600 milhões até 2023 para modernizar a rede de saúde

Anúncio foi feito em cerimônia no Palácio da Abolição e contempla ações estruturais, de inteligência e de valorização profissional
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Uma série de estratégias foi anunciada ontem, 19, pelo governador Camilo Santana (PT), no Palácio da Abolição, para modernizar a saúde estadual. Segundo ele, que assegurou ter R$ 600 milhões em caixa para investir no pacote, o desafio é transformar o sistema de saúde pública cearense em referência para o Brasil, assim como ocorre com a política de educação.

Na prática, essa modernização passa, por exemplo, por interligar as redes federal, estadual e municipal; instituir prontuários eletrônicos em todas as unidades de saúde, garantindo acesso ao histórico dos pacientes; concluir a regionalização dos hospitais de alta complexidade, com a entrega do último no Vale do Jaguaribe; criar agências regionais nas macrorregiões (Fortaleza, Sobral, Sertão Central, Litoral Leste/Jaguaribe e Cariri); avaliar constantemente o desempenho dos profissionais e das estruturas de saúde estaduais; disponibilizar estatísticas mensais sobre gastos e prioridades do Governo e otimizar a assistência farmacêutica.

Além disso, de acordo com Camilo, a gestão deve construir o primeiro hospital universitário próprio, em parceria com a Universidade Estadual do Ceará (Uece), e pôr em prática plano de carreira e qualificação permanente para os profissionais da saúde do Estado, do município e, também, da rede privada. "O objetivo é acolher melhor as pessoas. Não ter demora, fila de espera, e fazer uma regulação que realmente possa integrar entes federativos e poder judiciário, porque há um problema sério de judicialização da saúde", admitiu o governador.

Sobre a integração entre os entes federativos, a publicação distribuída ontem no Palácio da Abolição e que detalha a Plataforma de Modernização da Saúde escreve que "se cada um (união, estado ou município) impõe seu modelo, sem que haja comunicabilidade, o indivíduo (usuário do sistema) sofrerá as consequências de uma política desordenada e desarticulada. Fica perambulando pelo sistema de saúde à mercê da descontinuidade nos tratamentos".

Muitas das estratégias anunciadas pelo governador, porém, como a qualificação dos profissionais e a informatização e interoperabilidade das unidades de saúde, segundo o secretário da pasta estadual, Carlos Roberto Martins, Dr. Cabeto, estão em curso desde o início deste ano. "O caminho é longo, o ideal está muito longe, as filas ainda são grandes, a qualidade ainda é insuficiente e é necessário mais transparência com o usuário", reconheceu.

Também ontem, o governador Camilo Santana assinou termos que encorpam as estratégias anunciadas, a exemplo do projeto de lei que cria as agências regionais de saúde e a seleção de cargos de liderança em saúde. Neste último caso, a intenção do Governo é contratar temporariamente profissionais para preencher as vagas existentes nos hospitais da rede — isso enquanto não define o modelo de contratação que deve adotar para o plano de carreira.

HGF

O Hospital Geral de Fortaleza (HGF) foi citado no evento no Palácio da Abolição como exemplo de ordenamento da rede de saúde com qualificação do corpo técnico e melhoria dos processos internos. Segundo o Estado, o hospital reduziu no período de quase um semestre a média de permanência de internação de 13 dias para 11,2 dias (só na emergência, a redução foi de 48,4%).

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