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Maria da Penha defende interiorização da rede de proteção à mulher
CIDADES

Maria da Penha defende interiorização da rede de proteção à mulher

A feminista cearense foi a primeira entrevistada da 14ª Edição do Debates Grandes Nomes
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Cearense Maria da Penha dá nome à lei (Foto: Tatiana Fortes)
Foto: Tatiana Fortes Cearense Maria da Penha dá nome à lei

"O que você fez para merecer isso?". A pergunta foi feita muitas vezes para Maria da Penha Maia Fernandes, que ficou paraplégica após levar um tiro do então marido. Para a farmacêutica que dá nome à lei brasileira que pune violência doméstica contra a mulher, é preciso desconstruir o machismo na sociedade para evitar esse tipo de crime.

Treze anos após a criação da Lei nº 11.340/2006, a cearense também enfatiza a necessidade da interiorização da rede de proteção à mulher, com a criação de Centros de Referência da Mulher dentro de equipamentos de saúde e assistência social dos municípios. 

Maria da Penha foi a primeira entrevistada da 14ª Edição do Debates Grandes Nomes, organizada pelo Grupo de Comunicação O POVO e transmitida ao vivo pela Rádio O POVO/CBN (95.5 FM) e pelos Facebooks O POVO Online e O POVO/CBN. 

A dificuldade para obter justiça e a aproximação do movimento de mulheres ajudou a farmacêutica a transformar a agressão sofrida em luta. A lei é considerada pela Organização das Nações Unidas (ONU) a terceira melhor do mundo no combate à violência doméstica. "Demorou 8 anos para o primeiro julgamento, porque o processo sempre ia para a gaveta. Me senti muito fragilizada e entendi as mulheres quando diziam que o próprio poder Judiciário era machista. Quando aconteceu eu já estava mais engajada no movimento, me apoiou muito com manifestações nas ruas. Quase desisti de continuar a luta, mas pensei que era exatamente isso que ele (o agressor) queria", relata. 

O machismo e a desinformação, conforme Maria da Penha, devem ser combatidos por meio da educação. "É preciso que o machismo na sociedade se desconstrua. Muitos homens que foram presos reconhecem que agrediram porque foram criados nessa cultura. Porque é a história de que se mulher tá apanhando é porque fez alguma coisa errada", relaciona. 

Além de se informar sobre o tema, ela frisa a importância de se prestar auxílio às vítimas de violência doméstica. "As pessoas têm que entender que se perceberem que uma vizinha, amiga, parente sofre violência doméstica, precisa conversar com essa pessoa, tentar convencê-la a ir em um Centro de Referência da Mulher, procurar ajuda", diz.

Apesar dos avanços no que tange ao atendimento, a rede ainda é insuficiente. De acordo com ela, a criação de Centros de Referência da Mulher dentro de equipamentos já existentes nos municípios diminuiria as despesas com a implementação. 

"Chegou a hora de os prefeitos dos pequenos municípios, por menores que eles sejam, criarem Centros de Referência da Mulher dentro do Posto de Saúde, do hospital, do Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) ou do Cras (Centro de Referência de Assistência Social). Contanto que a mulher daquele pequeno município tenha condições de se inteirar sobre seus direitos, ir a esse local", explica. 

Equipe

Fernando Graziani e Marcos Tardin revezam a apresentação do Debates Grandes Nomes, com produção de Eduarda Talicy e coordenação de Nazareno Albuquerque.

PROGRAMAÇÃO

Convidados:

Hoje, 3

Karla Karenina,

Atriz de teatro, cinema e TV, terapeuta de Regressão de Memória, Membro da Academia Cearense de Literatura e Jornalismo. Atende individualmente, dá palestras, treinamentos e cursos nas áreas artística e terapêutica. Faz shows de humor, música e poesia.

Quarta-feira, 4

Olga Freire, fundadora da Associação Peter Pan

Quinta-feira, 5

Camilo Santana, governador do Ceará

Sexta-feira, 6

Kennedy Alencar, jornalista da Rede CBN

Segunda-feira, 9

Roberto Cláudio, prefeito de Fortaleza

SERVIÇO

Quando: até 9 de setembro

Horário: das 11 às 12 horas

Transmissão: Rádio O POVO/CBN (95.5 FM) e Facebooks O POVO Online e O POVO/CBN

Participe: (85) 3066.4030/ Whatsapp: (85) 9 8166.5589

 

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