No bairro Vila Velha, em Fortaleza, na noite de ontem, em meio a uma ocorrência de ataque a um Ecoponto que foi incendiado, cinco meninos brincavam na rua, as mães monitoravam nas calçadas. As crianças perguntavam sobre as reportagens e confirmavam o ataque que havia acontecido.
Ali, a ideia de um incêndio criminoso não as assustava e parecia ser parte do cotidiano de quem está todos os dias sob o barulho de tiros e com os olhos encadeados com a luz do intermitente das viaturas.
Um cotidiano de violência, mas que não impede o ritmo do bairro. Como o outro grupo de adolescentes, que não interrompeu a partida de futebol, mesmo com o ataque do Vila Velha e as viaturas passando a todo instante.
Apesar dos atentados, nas comunidades, as pessoas aproveitaram a tarde e a noite para sentar nas calçadas. E a medida que os crimes aconteciam, elas aglomeravam-se, como também aconteceu na rua Aluízio Azevedo. Uma moradora e mais duas pessoas tentaram depredar um ônibus, mas haviam policiais no interior do veículo.
Uma senhora explicava para a outra, citando o nome da mulher que depredou o veículo. Os agentes atiraram e a mulher foi detida. É a 'fulana' mesmo, da rua de trás, dizia a senhora. Os outros dois fugiram. Após a saída das viaturas as senhoras dispersaram-se e voltaram para as suas respectivas calçadas.
Por outro lado, teve gente que foi afetado diretamente. Como no ataque a um caminhão no bairro Vila Velha, este pela manhã. A fumaça entrou na residência da família, que teve que se abrigar na casa dos vizinhos. O mesmo ataque afetou a instalação elétrica da rua. As pessoas ficaram sem luz. (Jéssika Sisnando)