Os pedaços de manchas oleosas que estão poluindo as prais do litoral nordestino são porções de petróleo cru produzidas fora do Brasil. A conclusão é de um laudo emitido pela Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras). A investigação mostra que a substância poluente é a mesma encontrada em toda orla de oito estados, com exceção da Bahia.
De acordo com o estudo, a origem do petróleo ainda não foi identificada. Como ainda não há responsabilização de poluidores, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) requisitou apoio da Petrobras para atuar na limpeza da praias contaminadas. Nos próximos dias, a empresa irá disponibilizar um contingente de mais de 100 pessoas para a coleta do lixo tóxico.
No Ceará, os municípios foram acionados pelo Ibama e devem começar a coleta do produto ainda nesta semana.
O petróleo cru já atingiu o litoral de 46 municípios brasileiros distribuídos em oito estados da região Nordeste. Até o ontem, 105 localidades foram afetadas pela macha. A tendência é aumentar.
Após verificação dos relatórios e gráficos mais recentes sobre o deslocamento da substância nas praias do Rio Grande do Norte, os analistas concluíram que a situação no estado potiguar é estável até o momento. Por isso, um grupo de comando foi transferido para o Maranhão, onde estão chegando novas levas de óleo.
No Ceará, o Instituto Verde Luz informou em seu perfil no Instagram que já foram constatados cinco encalhes de tartarugas cobertas pela substância.
"A primeira ocorrência aconteceu na Sabiaguaba, no início deste mês. No último fim de semana, moradores do Serviluz encontraram uma tartaruga nessa condição. Ocorreram casos semelhantes nas parais de Flecheiras, Taíba e Jericoacora", publicou Instituto Verde Luz.
Em relação aos animais atingidos em outros estados do Nordeste, o Ibama informou que, ao todo, são nove flagrantes até o momento. Sendo oito tartarugas e uma ave conhecida como bobo-pequeno (Puffinus puffinus).
Entre as espécies socorridas, uma tartaruga-marinha (Chelonioidea) foi devolvida ao mar por populares e uma tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) foi encaminhada, com vida, ao Projeto Cetáceos da Costa Branca pra reabilitação. Ambas resgatadas no Rio Grande do Norte.
No Maranhão, uma das tartarugas encontradas cobertas pelo petróleo cru estava viva e foi devolvida ao mar por populares. Os demais animais estavam mortos ou morreram, posteriormente, intoxicadas com a inalação do óleo que tomou conta de dezenas de praias ao longo do Atlântico, no litoral do Nordeste brasileiro.
Como resgatar animais marinhos contaminados pelo petróleo
As organizações que atuam em parceria com o Ibama no resgate de animais orientam as pessoas a entrar em contato para avisar de bichos encontrados com óleo no corpo. O Projeto Cetáceos da Costa Branca, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (PCCB-UERN), é um desses parceiros, e divulgou uma lista no Facebook de entidades que devem ser procuradas, em cada estado.
A entidade pode ser contatada pelo telefone (84) 99943.0058 e (84) 98843.4621. As ligações podem ser feitas a cobrar.
1 Ligue para uma instituição de seu Estado e informe se é golfinho, baleia, tartaruga marinha, peixe-boi ou ave marinha, se está vivo ou morto e local do encalhe. E, se possível, envie fotos ou vídeos via WhatsApp.
2 Não entre em contato com o óleo. Perigo de alta toxidade! Não tente limpar com sabão, areia, ou qualquer produto químico. Essas substâncias podem disseminar a contaminação do óleo no ambiente e no animal.
3 Não devolva o animal ao mar. Animais encalhados precisam de avaliação clínica. Caso devolvido sem cuidados adequados, o animal poderá encalhar novamente.
4 Isole a área, evite barulho, conversas, e movimentos que possam estressar o animal. Não alimente e nem force a ingestão de líquidos.
5 Proteja o animal do sol (com guarda-sol, panos limpos) e aguarde a chegada da equipe de resgate.
Fonte: PCCB-UERN
Serviço
Instituto Verdeluz - (85) 99994.0246 e @institutoverdeluz
Ibama/Ceará - (85) 3307-1129 / 0800 61 8080
Aquasis - (85) 3113-2137