Dois projetos desenvolvidos por estudantes de escolas públicas do Ceará venceram a 6ª edição do Prêmio Respostas para o Amanhã. Uma banca julgadora escolheu três propostas dentre as dez finalistas. Tanto o primeiro quanto o segundo lugar são de instituições do município de Cascavel, distante 63,1 quilômetros de Fortaleza. A iniciativa é da Samsung, com coordenação geral do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec).

Os premiados serão notificados do resultado nesta segunda-feira, 30. O anúncio deve chegar por meio de uma carta às mãos dos diretores, professores e estudantes premiados. No próximo 18 de outubro, uma cerimônia de premiação ocorre para confraternizar junto às escolas campeãs. Além da premiação, uma oficina será ministrada para incentivar projetos voltados à ciência, tecnologia, engenharia e matemática.

A Escola de Ensino Médio em Tempo Integral Marconi Coelho Reis foi a grande campeã. O projeto utiliza folha da goiabeira para cicatrizar mais rápido queimaduras de primeiro grau. Com amido, glicerol e água na composição, é retirada da folha uma substância similar à farinha. O trabalho foi desenvolvido por jovens do terceiro ano do Ensino Médio, com orientação da professora Heloína Capistrano.

Da mesma cidade, a Escola de Ensino Médio Ronaldo Caminha Barbosa é a segunda colocada. A concepção usa cascas de manga e abacate e bagaço de cana-de-açúcar para reter água do solo. A ideia surgiu após os alunos perceberem que as hortas plantadas na região não se desenvolviam adequadamente, em razão do solo salino e seco. Os professores parceiros de orientação são Celiane Silva de Carvalho e Juciano Teixeira de Freitas, com orientandos do último ano do Ensino médio.

A Escola Estadual Ângelo Scarabucci, do município de Franca, no estado de São Paulo, ficou com o terceiro lugar. Os estudantes desenvolveram um capacete sustentável com resíduos da indústria de calçados. Franca é conhecida como a "terra do calçado" e abriga mais de 100 indústrias, sendo considerada a maior produtora do segmento na América Latina.

Os vencedores tornam-se conhecidos após a edição envolver mais de 4 mil estudantes de todos os estados do País. As três escolas foram escolhidas por uma comissão julgadora formada por representantes da Samsung, Ministério da Ciência Tecnologia, Inovações e Comunicações, Ministério da Educação, Organização de Estados Ibero-americanos, CENPEC, Consed, Universidade de São Paulo e Todos pela Educação. Também serão escolhidas outras três escolas, que podem ser as mesmas vencedoras pela comissão julgadora ou não, por meio de uma votação de júri popular.

Isabel Costa, gerente de Cidadania Corporativa da Samsung Brasil, pontua a participação do Nordeste na competição e destaca a qualidade dos trabalhos cearenses. Para a porta-voz, foi decisivo o cuidado com a metodologia e os resultados apresentados pelo projeto vencedor, que utiliza folha de goiabeira no tratamento de queimaduras de primeiro grau.

"A 6ª edição do prêmio global da Samsung, que também acontece em outros países, é uma ferramenta importante para promover a educação no País, para reconhecer as práticas de professores e estudantes, além de soluções e iniciativas que melhorem a qualidade de vida e bem estar das comunidades onde vivem", considera Isabel. Para 2020, a representante da Samsung garante a continuidade do prêmio, espera manter a excelente participação dos estudantes nordestinos e conseguir mais instituições parceiras. 

 

PREMIAÇÃO

1º lugar

O professor orientador e cinco estudantes representantes do projeto vencedor em primeiro lugar serão contemplados com uma viagem para São Paulo, no mês de novembro, para participação no Prêmio Respostas para o Amanhã América Latina. Cada aluno da equipe vencedora também será contemplado com um smartphone.

2º lugar

1 notebook para cada um dos alunos da equipe vencedora.

3º Lugar

1 tablet para cada um dos alunos da equipe vencedora.

Vencedores pelo júri popular

As instituições em que estudam as equipes responsáveis pelos 3 (três) projetos eleitos pelo público serão contempladas com troféus "Projeto Vencedor pelo Júri Popular".

 

VENCEDORES

1º colocado: EEMTI Marconi Coelho Reis, de Cascavel no Ceará

Projeto: desenvolvimento de biofilme a partir da Psidium guajava para aplicações diversas

Tratamento com a folha da goiabeira. Com amido, glicerol e água na composição, é retirada da folha uma substância similar à farinha. O amido e o glicerol são plastificantes e no processo a seguir eles são peneirados e macerados. Os testes apontaram cicatrização mais rápida de queimadura de primeiro grau, quando em contato com a pele por uma semana. Por ser um composto biodegradável, a decomposição acontece sem agredir o meio ambiente.

2º colocado: EEM Ronaldo Caminha Barbosa, de Cascavel, no Ceará

Projeto AGRI: Combatendo a escassez de água e melhorando a agricultura com polímeros sustentáveis

A ideia do projeto surgiu depois que os alunos perceberam que as hortas plantadas na região não se desenvolviam adequadamente, em razão do solo salino e seco. O composto feito para resolver a questão tem cascas de manga e abacate e bagaço de cana-de-açúcar. Tal combinação consegue reter água no solo e o teste foi feito durante três semanas em um cultivo de cebolinha. O local não foi irrigado e deu resultado esperado. Por ser biodegradável e de baixo custo, é uma solução para outras regiões do país que sofrem com problema semelhante no solo e não agride o meio ambiente.

3º colocado: EE Angelo Scarabucci, de Franca, em SP

Projeto: Capacete sustentável com resíduos da indústria de calçados

Conhecida como a "terra do calçado", Franca abriga mais de 100 indústrias, sendo considerada a maior produtora de calçados masculinos do Brasil e da América Latina. Contudo, as sobras dos resíduos são descartadas no aterro sanitário da cidade. Por sua vez, os alunos perceberam que a maioria dos operários das fábricas locais utiliza a bicicleta como meio de transporte, mas não utiliza nenhum equipamento de segurança. Juntando as duas pontas, os alunos desenvolveram o protótipo de um capacete à base dos materiais descartados.

Quem participou da comissão julgadora?

As três escolas foram escolhidas por uma comissão julgadora formada por representantes da Samsung, Ministério da Ciência Tecnologia, Inovações e Comunicações, Ministério da Educação, Organização de Estados Ibero-americanos, CENPEC, Consed, Universidade de São Paulo e Todos pela Educação.