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Pacientes do Hospital São José chegam a esperar 10 horas por atendimento
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Pacientes do Hospital São José chegam a esperar 10 horas por atendimento

Segundo médico infectologista Érico Arruda, a unidade hospitalar acompanha cerca de cinco mil pessoas no tratamento de doenças infecciosas
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HOSPITAL São José é referência no tratamento de doenças infecciosas para todo o Ceará (Foto: Deísa Garcêz/Especial para O Povo)
Foto: Deísa Garcêz/Especial para O Povo HOSPITAL São José é referência no tratamento de doenças infecciosas para todo o Ceará

Um agricultor da cidade de Paracuru, no litoral oeste, madrugou para conseguir ser atendido no Hospital São José (HSJ), em Fortaleza, na semana passada. Saiu de casa às 4 horas da madrugada, chegou à unidade às 6 horas e esperava, às 11h30min, para terminar os exames. "Os médicos são atenciosos, tratam a gente da melhor forma possível. O ruim é a demora. Dá uma agonia ficar tanto tempo esperando", reclama. Ele, que convive com o HIV há seis anos, precisa ficar o dia inteiro a cada ida ao local, cerca de oito horas em média, para concluir o atendimento e pegar as medicações.

Um cobrador de ônibus que sofre de tuberculose também disse à reportagem que, na primeira vez que buscou atendimento, chegou à unidade às 9h30min. Só conseguiu sair 10 horas depois. "Poderia ter mais contratação (de funcionários) e aumentar o ambulatório", pondera.

Acompanhada de uma  filha, uma outra paciente presente no HSJ na última semana, relata o tempo de espera que enfrenta a cada ida ao hospital. Ela sai de Pacajus, Região Metropolitana de Fortaleza, às 4 horas da manhã, para chegar às 5h30min na unidade de saúde e enfrentar a fila quando tem consultas e exames para realizar. A filha conta que a mãe precisa passar o dia inteiro para conseguir falar com o médico, realizar exames e pegar os resultados. 

Assim como os pacientes entrevistados, cerca de cinco mil pessoas, segundo médico infectologista Érico Arruda, em entrevista à Rádio O POVO CBN, no último dia 23 de setembro, são cadastradas no Hospital São José, maior unidade de atendimento a doenças infecciosas. Há necessidade de ampliação nessa área, de acordo com Arruda, além de investimento em capilaridade no atendimento e reforço nas campanhas de prevenção.

Há cerca de dois anos, o Estado desapropriou uma casa em frente ao HSJ para ampliar ambulatório de HIV/AIDS, mas o projeto não saiu do papel. Érico Arruda disse à CBN que torce para que o secretário Estadual da Saúde, Carlos Roberto Martins Rodrigues, dr. Cabeto, resolva a burocracia e "dê aos que operam no apoio aos soropositivos melhores condições. O HSJ tem boa estrutura e cumpre bem seu papel nesse aspecto, mas, está sobrecarregado", apontou. 

O Hospital São José (HSJ) informou, por meio de nota enviada pela assessoria de comunicação, que o atendimento do serviço ambulatorial ocorre normalmente. E para melhorar o atendimento e o acesso ao serviço, a assessoria informa que está em andamento o projeto de ampliação do ambulatório, e que a reforma é "uma das prioridades para o Hospital São José".

O POVO questionou à  Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) sobre o prazo para a expansão e para o início das obras, mas até o fechamento desta matéria não obteve resposta. 

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