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Com óleo em arenitos, Praia da Sabiaguaba tem situação mais crítica no Ceará
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Com óleo em arenitos, Praia da Sabiaguaba tem situação mais crítica no Ceará

Óleo incrustado em pedras na praia dificultam remoção e exige técnicas específicas para não prejudicar a vida marinha. Outras etapas de limpeza precisarão ser realizadas
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Orgãos ligados ao meio ambiente promoveram limpeza de óleo na praia da Sabiaguaba.    (Foto: Fabio Lima)
Foto: Fabio Lima Orgãos ligados ao meio ambiente promoveram limpeza de óleo na praia da Sabiaguaba.

Dentre as praias do Ceará, a situação da Sabiaguaba é a mais preocupante. A afirmação foi dita na reunião realizada ontem, 10, na sede da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), reunindo representantes de diversos órgãos governamentais e da sociedade civil. 

"O ponto mais crítico do Ceará seria a praia da Sabiaguaba, mas ainda assim, não se compara à situação de outros estados", afirmou Lincoln David, gerente de Análise e Monitoramento da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace). "A retirada de resíduos na areia da praia é algo relativamente mais simples do que está sendo feito lá agora, pois o óleo está impregnado nas beachrocks (pedras na areia da praia, comuns no local). É um trabalho mais de formiguinha, ainda precisa de mais algumas etapas", completa. 

Só nesta quinta-feira, na praia da Sabiaguaba, foram retirados 100 litros de resíduos, a partir do escovamento das pedras, sendo a primeira vez na qual esse tipo de limpeza foi feito. Os procedimentos precisam seguir normas técnicas, de forma que a ação não prejudique a vida marinha, não sendo assim adequado o uso de jatos de pressão e nem de água aquecida para facilitar a remoção do incrustante. A retirada envolve o uso de materiais específicos para o trabalho nas rochas - alguns deles emprestados pela Petrobras, como mantas, espátulas e escovas de aço. 

A primeira atividade de limpeza ocorreu no dia 2 - segundo informações da Secretaria Municipal do Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), até o momento foram retirados 500 litros de óleo e quatro toneladas de outros resíduos, abarcando não só a praia da Sabiaguaba, mas também Futuro, Caça e Pesca, Titanzinho e Cofeco. Na segunda oportunidade, as atividades foram interrompidas precocemente em virtude do movimento das ondas, já que os horários de maré baixa são reduzidos durante o dia, momento no qual é possível ver as pedras impregnadas de óleo.

O encontro serviu para avaliar as informações recolhidas no sobrevoo realizado na quarta, 9, que abrangeu todo o litoral cearense, e definir estratégias para o recolhimento dos fragmentos de óleo restantes, já que até então não foram identificadas novas manchas, de acordo com as informações oficiais.

Além da situação da Sabiaguaba, foi discutida também o estado de outras praias nas quais foram identificadas, por meio do sobrevoo, a ocorrência de resíduos, como as praias da Caponga, Barra Nova, Taíba, Parajuru, Beberibe, Morro Branco, Paraipaba, Curu, Lagoinha e Caucaia. Na terça-feira, 15, será realizada outra reunião para definir o calendário de limpeza.

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Relatório

Subiu para 150 o número de localidades afetadas pelo derramamento de óleo na costa nordestina, que atinge 68 municípios. O relatório do Ibama também atualiza a fauna atingida: uma ave e 22 tartarugas, sendo 13 mortas.

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