“O objetivo é sempre não ocasionar mais lesões. A gente visualiza, conversa com a pessoa, orienta, bota na máquina e desce”, assim relata um dos homens do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará sobre o trabalho e o cuidado na retirada dos escombros do Edifício Andréa, que desabou na última terça-feira, 15. Cerca de 250 indivíduos da corporação se revezam em turnos de 12 horas para ajudar na retirada de materiais e de pessoas.
Localizados nas áreas “quentes” e “mornas”, como chamam, a tropa militar é liderada pelo comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Eduardo Holanda, e o comandante-adjunto, coronel Cleyton Bezerra. Eles são auxiliados pelos bombeiros civis, já um pouco mais afastados do epicentro da tragédia. Nem políticos, nem policiais, nem enfermeiros, ninguém sobe nos escombros.
“É um trabalho de formiguinha. Tem que ter muito cuidado para não desabar por cima das vítimas. Geralmente, a gente sabe quando uma pessoa está viva, ela faz o contato”, comenta a fonte ouvida pelo O POVO que não quis ser identificado. O militar pontua o trabalho minucioso de retirada. “É pedra a pedra. Balde a balde. Porque nós também corremos risco.” Ele destaca a necessidade de não fazer barulho e a importância dos seis cães farejadores utilizados pela instituição no local.
“O momento é triste, estamos no calor das emoções. Estamos treinados para isso, mas é sempre uma emoção. A gente se alegra quando encontra uma pessoa viva, mas quando tira uma pessoa morta, ficamos tristes. Há sim a possibilidade de encontrar pessoa com vida. Sempre há”, se diz também confiante o integrante do CBM-CE. Segundo ele, há os intervalos para alimentação dos bombeiros, mas boa parte prefere não se alimentar. A preparação e o costume em operações com grau de dificuldade elevado são os motivos para tal comportamento apontado por ele.
Ao ser resgatada uma vítima, viva ou não, o material contaminado também é selecionado e encaminhado para o descarte correto. As ferramentas utilizadas para a retirada dos mortos são esterilizadas com sabão neutro para que nem o próximo socorrido e nem o colaborador sejam prejudicados.
De acordo com outro militar, que a equipe conversou no local do desabamento, próximo ao bloqueio da avenida Antônio Sales com rua Tibúrcio Cavalcante, as ferramentas, como martelete, rompedor, serra abrasiva e equipamentos hidráulicos, por exemplo, usados para retirada dos escombros estão numa estação próxima a tragédia.
Para a retirada de escombros ainda com vítimas soterradas
Equipamentos
Martelete
Rompedor
Serra abrasiva
Lavanca
Corta-frio
Geradores
Equipamentos de segurança dos bombeiros
Capacete
Luvas
Capacete de combate ao incêndio
Máscaras