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Após resgates, trabalhadores retiram escombros e moradores tentam voltar à rotina
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Após resgates, trabalhadores retiram escombros e moradores tentam voltar à rotina

Apesar do trabalho de remoção de entulho e de vistoria de perícia, movimentação era tranquila no entorno do Edifício Andréa ontem
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Trabalhadores retiram entulho do desabamento do Edifico Andréa, na rua Tibúrcio Cavalcante, no Diónisio Torres. (Foto: Mauri Melo/O POVO). (Foto: Mauri Melo)
Foto: Mauri Melo Trabalhadores retiram entulho do desabamento do Edifico Andréa, na rua Tibúrcio Cavalcante, no Diónisio Torres. (Foto: Mauri Melo/O POVO).

Na manhã de ontem, 20, poucas horas depois do fim da operação de resgate das vítimas do desabamento do Edifício Andréa, no Dionísio Torres, caminhões entravam e saíam da rua Tibúrcio Cavalcante apinhados de entulho e operários carregavam carrinhos de mão com o que pareciam ser pertences pessoais dos ex-moradores. Nos arredores, um grupo pequeno de voluntários distribuía comida para os trabalhadores e, aqui, acolá, curiosos se aglomeravam em torno, com celulares em punho, filmando e fotografando o que restou da tragédia.

No local permanecem quatro bloqueios para o trânsito de veículos (ver infográfico ao lado). Da mesma forma, um grupo de voluntários deve continuar recebendo e distribuindo alimentos para os trabalhadores que retiram os entulhos, de acordo com o publicitário Fábio Menezes, 31. "A gente vai ficar até eles ficarem", comentou o voluntário.

Também pela manhã de domingo, O POVO observou um grupo de peritos vistoriando os escombros e uma mulher que, sob orientação da Defesa Civil de Fortaleza, retirava documentos e panelas da própria casa, vizinha ao local onde, até semana passada, estava o Edifício Andréa. "No dia do acontecido a gente saiu correndo e eu deixei as panelas em cima do fogão, com comida", relatou a moradora, que não se identificou à reportagem. O cheiro de alimento estragado vindo dos recipientes que, sozinha, ela carregava, era forte.

A mulher continuou: "Acho que (o desabamento) não abalou nada (da estrutura da casa vizinha), não. Na última 'explosão' que deu (terça-feira passada, 15, quando o Edifício Andréa ruiu), eu fiquei quieta, esperando cair. Mas, nem mexeu. Aquilo ali (ela disse, apontando para manchas escuras na fachada da própria morada) é cupim, não é rachadura. De qualquer maneira… tenho que lavar isso aqui", encerrou, e rumou para a casa de um vizinho.

Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura de Fortaleza, escombros eram retirados ontem da rua Tomás Acioli para liberar a via para o trânsito de veículos.

A Defesa Civil informou também, ainda no sábado, que a Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis) e a Secretaria de Direitos Humanos já estavam recolhendo materiais (de moradores) encontrados e guardando em um galpão. Após o encerramento de todos os trabalhos, as famílias poderão ir até o local e receber os pertences.

Tragédia

O Corpo de Bombeiros informou na noite do último sábado, 19, que a operação de resgate, iniciada na terça-feira, 15, conseguiu retirar sete vítimas com vida e nove sem vida. A última encontrada foi a síndica do Edifício Andréa, Maria das Graças Rodrigues, 70.

Doações

Os voluntários que ficaram na região para atender às necessidades dos trabalhadores que retiram os entulhos estão pedindo doações de alimentos. Contato: Fábio Menezes (85) 99642 2530.

Bloqueios que permanecem até a retirada dos escombros

Rua Tibúrcio Cavalcante X Avenida Antônio Sales

Rua Dr. Walder Studart X Rua Joaquim Nabuco

Rua Walter Bezerra de Sá X Rua Nunes Valente

Rua Tomás Acioli X R Joaquim Nabuco

Fonte: Autarquia Municipal de Trânsito (AMC).

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