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Manchas de óleo chegam à praia de Barreiras, em Icapuí
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Manchas de óleo chegam à praia de Barreiras, em Icapuí

Moradores tentam limpar a substância tóxica enquanto aguardam órgãos públicos. Semace afirma que litoral oeste do Ceará está livre do óleo
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MANCHAS DE ÓLEO foram recolhidas nesta terça-feira, 22 (Foto: Reprodução)
Foto: Reprodução MANCHAS DE ÓLEO foram recolhidas nesta terça-feira, 22

Manchas de óleo chegaram no município cearense de Icapuí. Registros de moradores mostram a praia de Barreiras com manchas espessas, de tamanhos pequenos e médios. Proprietários de barracas e pousadas da região estão se mobilizando junto com a comunidade para a retirada da substância tóxica.

Nos noves Estados do Nordeste, já são 200 localidades atingidas pelo óleo, de acordo com a atualização feita pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no último sábado, 19.

No Ceará, de acordo com a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), as praias do litoral oeste estão livres do óleo. O trabalho de limpeza deve se concentrar agora no litoral leste, que tinha seis das 17 praias analisadas atingidas pelas manchas.

Barreiras ainda não consta na listagem oficial mas Francisco Carlos Farias Ferreira, gerente da barraca João Velho, conta no dia 17 deste mês o pescador Francisco José da Costa avistou em alto mar manchas de óleo que somente ontem, 21, atingiram a areia.

Moradores estão se mobilizando para realizar a retirada dessas manchas da praia, enquanto membros do Instituto Municipal de Fiscalização e Licenciamento Ambiental (Imfla) se reúnem para decidir o que pode ser feito. A Marinha já foi acionada.

Océlio Cruz, 36, técnico de informática, explica que a comunidade está se mobilizando para promover a limpeza da praia, mas a expectativa é que os órgãos municipais, estaduais e federais resolvam a situação.

No domingo, na primeira coletiva de imprensa convocada por um órgão federal exclusivamente para tratar das manchas de óleo que atingem as praias do Nordeste desde o dia 2 de setembro, a Marinha informou que o governo federal vai cobrir todos os custos dos órgãos dos três entes da federação que trabalham para limpar a costa. O Almirante de Esquadra e comandante de operações navais da Marinha, Leonardo Puntel, não deu números, mas afirmou que a União fará os repasses.

Ontem, a Justiça em Pernambuco e Alagoas acolheu liminarmente ações civis públicas do Ministério Público Federal e determinou medidas para "contenção, recolhimento e destinação adequada do material poluente, especialmente para proteção dos ecossistemas sensíveis, como manguezais, áreas de estuário e recifes de corais". Em 24 horas, a contar da notificação judicial, deverá ter início a instalação de barreiras de proteção dos ecossistemas mais sensíveis. No mesmo prazo, devem ser fornecidos equipamentos de proteção individual, até para voluntários, bem como recipientes próprios para armazenamento do óleo, seguindo normas técnicas.

À noite, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), por meio da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), autorizou o repasse de R$ 2,5 milhões para apoiar o estado de Sergipe na limpeza das praias. O governo também promete que a Bahia terá o reconhecimento sumário de situação de emergência. (com Agência Estado)

Governo promete ajuda do Exército para limpeza

O Exército colocará à disposição das operações de limpeza das praias do Nordeste, atingidas por manchas de óleo, tropas da 10ª Brigada de Infantaria Motorizada, sediada em Recife. Os militares também devem oferecer equipamentos para apoio a órgãos de defesa civil dos Estados.

A informação foi dada nesta segunda-feira, 21, pelo presidente em exercício, o general Hamilton Mourão, após reunião no Ministério da Defesa sobre as ações para conter o avanço da mancha. Segundo o general, ficarão à disposição entre 4 a 5 mil homens do Exército.

Mourão afirma que foram recolhidas até agora cerca de 700 toneladas de óleo, misturado com areia e outras substância. Ele acrescenta que o material está sendo entregue para aproveitamento em fábricas de cimento.

Não há previsão do governo sobre quando irá cessar o avanço do óleo, mas o volume que chega às praias está diminuindo, disse Mourão. "Vamos aguardar investigações, usando todos os sistemas de inteligência, não só nosso, mas também internacional. Esse acidente é inédito no mundo", garantiu.

Os ministros do governo Jair Bolsonaro (PSL) têm agenda no Nordeste para tratar da crise ambiental. O Ministro do Desenvolvimento Regional (MDR), Gustavo Canuto, deve estar hoje em Sergipe. Já o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, irá a Pernambuco e Bahia.

O general Mourão disse que o governo acionou, ainda no começo de setembro, protocolos para conter o avanço das manchas de óleo sobre o litoral do Nordeste, mas reconheceu que houve falha na comunicação sobre as ações tomadas.

Segundo Mourão, a Justiça já mostrou que o governo "acionou protocolos" em 2 de setembro contra o derramamento de óleo. (Agência Estado)

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