Bermuda, galocha, camiseta ou regata, máscara e luva são as vestimentas e equipamentos padrão utilizados por integrantes do Exército e da Marinha na retirada de óleo de praias do Nordeste. Os itens não seguem a orientação técnica para a remoção manual divulgada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que prevê o uso de macacão de polietileno e óculos de proteção e, no caso de trabalhos sobre pedras, também de capacete.
A situação se repete entre funcionários e empregados de empresas terceirizadas de prefeituras e entre voluntários.
A substância é considerada tóxica e, nos últimos dias, tem crescido o número de relatos de pessoas que tiveram náuseas, dor de cabeça, alergias e outras reações após terem contato com o petróleo. Os efeitos a médio e longo prazo ainda não estão claros.
O contraste entre os equipamentos utilizados por funcionários do Ibama e dos demais envolvidos é evidente. O próprio site da Marinha traz dezenas de imagens de atividades de remoção de óleo em que seus oficiais aparecem de bermuda e regata e sem o uso de proteção ocular e macacão durante ações em Estados como Bahia e na Paraíba.
A recomendações de tipos de Equipamento de Proteção Individual (EPI) estão no site do Ibama, em uma publicação chamada "Orientações gerais à população sobre o derramamento de óleo". Na parte sobre "remoção manual", por exemplo, é destacado o uso de "EPI básico", que lista "Tyvek" (tipo de macacão de polietileno), luvas, botas e proteção ocular.
Em nota, a Marinha afirmou que "os militares envolvidos diretamente nas ações de limpeza utilizam o EPI apropriado". O Exército não respondeu até o fechamento desta matéria. (AE)