"Estamos aqui organizando os pensamentos para saber o que podemos fazer". A frase é da paisagista Rafaela Ribeiro, que há três anos mora no edifício Modigliane com o marido e o filho. A família já havia decidido deixar o prédio antes do auto de interdição da Defesa Civil, expedido na noite de ontem.
Ela conta que no início da tarde constatou, no grupo de whatsApp do prédio, que vários problemas estavam sendo identificados. "Porta que emperrou, piso que baixou. Foi quando acionamos a Defesa Civil. Conseguimos tirar algumas coisas emergenciais, mudas de roupas e nossos computadores para podermos trabalhar", destaca. Segundo a moradora, ainda ontem, a administradora do condomínio, a Condus, enviou mensagem afirmando que já teria entrado em contato com a empresa de engenharia.
"Essa empresa já tinha ido na segunda-feira, 28, mas quando chegaram viram que já haviam iniciado a obra no apartamento do primeiro andar. O engenheiro voltou dizendo que não ia colocar o nome dele em algo que já tinha iniciado", detalhou a paisagista. A intervenção estaria sendo tocada, conforme Rafaela, por causa de uma infiltração, e um engenheiro e dois pedreiros estavam à frente. "Mas não era um engenheiro calculista. O pedreiro saiu do apartamento dizendo que estava com medo", acrescentou.
A escolha do casal pelo apartamento, em 2016, levou em consideração a proximidade da casa dos pais. Eles acabavam de ter um filho, precisariam de suporte. "Tinha alguns problemas na parte externa. O edifício estava com problemas no reboco do prédio, mas não como agora. O apartamento era muito bom, espaçoso, bem localizado", lembrou.
A maioria dos problemas, relata Rafaela, está dentro dos apartamentos. Em 2018 uma obra começou a ser realizada, mas parou por falta de pagamento. Os 18 apartamentos teriam de pagar, cada um, quatro parcelas de mil reais. "Esse ano, entraram em acordo, depois de muita briga, e acordaram que ia começar a reforma por causa dos vazamentos", afirmou. (Sara Oliveira)
18
é a quantidade de apartamentos do edifício Modigliane