A primeira onda de ataques no Ceará, no início deste ano, começou no dia 2 de janeiro e teve registros até os primeiros dias de março. Foram atingidas repartições estaduais e municipais, ônibus, vans e veículos das empresas de serviços de água e luz. Um dos primeiros casos foi o atentado com uma bomba ao pilar de um viaduto na BR-020, em Caucaia. Após os primeiros incidentes, mais de 20 chefes das organizações criminosas GDE e CV foram transferidos para as penitenciárias federais.
A principal motivação para os ataques do início do ano foi o rigor disciplinar implantado no sistema prisional cearense, logo após a posse do secretário Mauro Albuquerque na Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (SAP). Os presos perderam o privilégio de portar celulares ou circular livremente dentro das cadeias e consumir drogas.
Na segunda leva de ataques, entre setembro e outubro, a causa teria sido o baque financeiro da facção GDE - que teve a transferência dos principais chefes para fora do Estado e estaria com menos dinheiro em caixa para reforçar o estoque de drogas comercializadas. Este foi contabilizado, desde 2014, como o 16º ciclo de atentados cometidos pelas facções no Estado. (Cláudio Ribeiro)