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13,4% da população cearense nunca foi à escola
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13,4% da população cearense nunca foi à escola

IBGE. Maiores de 25
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Tipo Notícia

Total de 13,4% da população cearense com 25 anos ou mais não possui nenhuma formação educacional, de acordo com dados de 2018 do IBGE. O Estado ocupa o terceiro lugar do Nordeste em relação ao maior número de pessoas nessa faixa etária que nunca tiveram contato com a escola, atrás apenas do Maranhão e do Piauí.

O índice, entretanto, apresentou quedas consecutivas nos últimos dois anos, quando essa estatística era cerca de dois pontos percentuais superior. O Ceará ainda registrou um aumento em relação ao número de pessoas que concluíram o ensino médio (24,2%) e o superior (11,5%).

Para Maria José Barbosa, professora de Pedagogia da Universidade Federal do Ceará (UFC), a educação tem se tornado mais acessível para a população de uma forma geral. Ela pontua, no entanto, que certos segmentos ficam invisibilizados, especialmente os estudantes da periferia e do campo, além daqueles que não estão na faixa etária adequada para a formação e recorrem à Educação de Jovens e Adultos (EJA).

"Essa é uma população que precisa ser estimulada para ir à escola, a oferta atualmente é mínima. É urgente trazer essas classes para dentro da escola, uma população sem acesso à educação significa mão de obra desqualificada. Deveríamos abrir as escolas no turno da noite e criar um currículo mais flexível e estimulante", ressalta.

A especialista ainda considera que é preciso resgatar as pessoas que não têm oportunidade e passam o dia na rua, em alguns casos. "A educação não deve ser apenas conteudista, mas bem mais ampla: ter uma formação humana, uma preparação para o trabalho. O aluno precisa ser protagonista na formação, muitas vezes ele ainda fica só como ouvinte", lamenta.

No ensino médio, o Estado tem quase 90% dos estudantes matriculados na rede pública, maior índice entre todos os níveis de ensino. A disparidade também é verificada nos anos iniciais da educação, quando a esfera privada não ultrapassa um terço do total de estudantes. Essa situação, porém, se inverte no nível superior, quando cerca de 30% ingressam em instituições públicas.

Maria José considera que o crescimento de escolas profissionalizantes na rede pública tem incentivado a migração de estudantes que concluíram o ensino fundamental em uma instituição privada. (Leonardo Maia/Especial para O POVO)

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