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Acusado rebate acusações e nega pertencer a grupo de extermínio
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Acusado rebate acusações e nega pertencer a grupo de extermínio

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Em depoimentos à Polícia Civil, o policial militar Luis Mardônio Moraes da Silva negou pertencer a um grupo de extermínio. Também negou envolvimento nos crimes atribuídos a ele. O PM disse ainda que a sua arma não foi usada em nenhum crime, assim como não a emprestou a ninguém. Apesar de réu pelo crime no Planalto Ayrton Senna e indiciado pela Polícia no caso da Barra do Ceará, não existe acusação formal contra Mardônio — e contra mais ninguém — pelo triplo homicídio na Jacarecanga.

O advogado Paulo Dias, que representa o soldado, destaca que a Perícia Forense já atestou não haver como precisar se o carro usado no assassinato de Samuel Peixoto de Morais é o mesmo usado no crime que vitimou Adenilton Gadelha dos Santos. Neste último crime, as placas dos veículos não foram identificadas.

O defensor ainda rebate outra das provas elencadas na investigação, a compatibilidade entre a arma apreendida com Mardônio e os projéteis encontrados na cena do crime da Barra do Ceará. Segundo ele, há uma "falha grave" no exame, que é questionada, inclusive, pela própria Polícia Civil. "Os projéteis que teriam saído da arma do Mardônio são completamente diferentes do padrão da arma dele. A arma é uma .40 e o milímetro e a massa dos projéteis são diferentes. Então, qualquer pessoa que entenda de Perícia vai saber ou partiu de uma arma semelhante, mas não tem condições daquele projétil sair daquela arma".

Sobre não haver registro do trajeto do veículo de Parangaba a Caucaia, como relatado pelo soldado ao dizer que comprou o carro na Feira da Parangaba, Dias afirma que a Polícia Civil não foi "atrás do trajeto". Foi o MPCE que fez essa ilação, ele afirma. Na denúncia, ainda é citado que Mardônio teria sido reconhecido por uma das vítimas, mesmo usando balaclava. O advogado, porém, rebate dizendo que a testemunha confirmou, em juízo, que foi coagida na delegacia a chegar a essa conclusão.

Conforme o promotor Francisco de Assis Barbosa, a única pendência para o julgamento do caso do Planalto Ayrton Senna é uma perícia no carro apreendido, exame solicitado pela defesa do acusado. Neste caso, ele é julgado por latrocínio. (Lucas Barbosa)

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