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Para especialista, projeto não resolve problemas da educação
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Para especialista, projeto não resolve problemas da educação

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Alunos do Colégio Militar do Corpo de Bombeiros  (Foto: MATEUS DANTAS)
Foto: MATEUS DANTAS Alunos do Colégio Militar do Corpo de Bombeiros

Balanço divulgado pelo MEC dá conta de que 16 estados e o Distrito Federal querem receber unidades do tipo em seus territórios. Dentro do prazo destinado às unidades da federação, o Ceará indicou duas escolas para receber a proposta do Governo Federal, sendo o único nordestino a demonstrar interesse. 

O POVO entrou em contato com a Secretaria da Educação do Ceará para saber quais as duas instituições de ensino que devem receber o projeto federal. No entanto, as dúvidas sobre o modelo pairam no órgão estadual. "O Governo aderiu à proposta das escolas cívico-militares, mas aguarda o projeto e os critérios. Por isso, não será possível disponibilizar mais informações nesse momento", respondeu a pasta estadual por e-mail. 

Segundo informações do MEC, a escolha das escolas pelo órgão será com base na presença de estudantes em situação de vulnerabilidade social e com Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), indicador que mede a qualidade das escolas, abaixo da média dos estados. Para implantar, ainda é necessário uma consulta à comunidade escolar, que precisa aprovar o modelo.

O professor Renato Casagrande, especialista em gestão educacional, pontua que o programa de escola cívico-militares não resolve o problema educacional brasileiro e atende uma minoria da população. Para ele, a iniciativa é seccional e vai na contramão ao que professores e estados, do Brasil e do mundo, têm trabalhado, principalmente quando se fala de hierarquização no ambiente escolar. O caminho, sugere, é que o diálogo seja feito de forma horizontal.

O especialista frisa ainda a necessidade de um projeto maior para a educação brasileira. Ele se diz temeroso com as consequências a partir da implementação da nova metodologia na gestão educacional. "É possível que gere um certo atrito entre educadores e os novos funcionários. Isso tira a autonomia das escolas, pois separa em dois segmentos. Por isso, é importante ter cautela", considera.

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