A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-Secção Ceará) suspendeu o exercício profissional da advogada Elisângela Maria Mororó, 46, por 12 meses. Ela foi presa na última quarta-feira, 13, na localidade de Arara, zona rural de Catarina (CE), em operação conjunta entre as Polícias Militar do Ceará (PMCE) e Civil do Ceará (PCCE).
Com Elisângela, foram detidos também Antônio Gonçalves Neto, 45, conhecido por "Zói de Acopiara", e Vicente Leite Sobreira, 31, apelidado de "Manim". Os dois seriam integrantes de uma facção criminosa que atua no Estado.
O trio foi apreendido em flagrante e encaminhado à Delegacia Regional do Crato. Mais de 15 policiais participaram da operação.
Alisson Gomes, delegado adjunto da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), explica que Elisângela vinha sendo investigada pela Polícia desde o dia 16 de setembro. A suspeita de envolvimento com organização criminosa local surgiu quando ela foi flagrada tentando entregar um bilhete, contendo um ousado plano de fuga, a dois internos do Centro de Detenção Provisória de Itaitinga.
A confirmação do envolvimento da advogada veio na última semana com a prisão de Edgly Dutra Barbosa, conhecido por "Dudeca", em Rondônia, enquanto tentava fugir para a Bolívia. Conversas de whatsapp no celular do traficante revelaram que ela estava negociando a venda de 40 kg de cocaína, a R$ 15 mil.
O delegado Klever Farias, que integra a equipe de investigação da Draco, ressaltou que a partir das ações em parceria com a Secretaria da Administração Penitenciária do Estado do Ceará (SAP), que têm combatido a comunicação dentro dos presídios por meio de aparelhos celulares, as facções passaram a inovar nas estratégias de comunicação. "O que queremos frisar é que é uma pequena parcela de ditos advogados que se utilizam desta nobre função para praticar crimes. Não queremos atingir à classe, queremos extirpar da sociedade esses criminosos que utilizam a profissão desse modo", finaliza.
A decisão pelo afastamento de Elisângela já havia sido comentada pelo presidente da OAB, durante um evento. A entidade reforçou que casos envolvendo advogados criminalistas são fatos isolados e não devem ser utilizos para ofender os profissionais da advocacia.
Prisão
No momento da prisão, Elisângela Maria Mororó e os outros dois suspeitos estavam em uma residência. A Polícia encontrou no local cocaína, uma pistola com numeração raspada e dois automóveis.