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8,3 mil pessoas vivem com HIV em Fortaleza; campanha combate preconceito
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8,3 mil pessoas vivem com HIV em Fortaleza; campanha combate preconceito

Abertura da campanha alusiva à luta contra a Aids ocorreu neste domingo em todo o País. Em Fortaleza, ações aconteceram na Praia de Iracema
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Ação em prol da prevenção do HIV aconteceu ontem no Centro Cultural Belchior (Foto: DEÍSA GARCÊZ/Especial para O POVO)
Foto: DEÍSA GARCÊZ/Especial para O POVO Ação em prol da prevenção do HIV aconteceu ontem no Centro Cultural Belchior

Em Fortaleza, se considerados casos registrados de 2014 a setembro deste ano, e somente os acompanhados pelos Serviços Ambulatoriais Especializados (SAE) da rede pública, 8.377 pessoas vivem com o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV)/Aids. Por mês, nos postos de saúde da Capital, são feitos, em média, 4,5 mil testes para diagnóstico de HIV, sífilis e hepatites virais. Contudo, neste mês de Luta Contra a Aids, memorada neste domingo, 1º de dezembro, a Prefeitura pretende chegar a mais de seis mil exames preventivos.

"Vamos intensificar a testagem nos postos de saúde", garantiu Marcos Paiva, coordenador técnico de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)/Aids e Hepatites Virais da Secretaria da Saúde (SMS). Ele e outros envolvidos na abertura da campanha Dezembro Vermelho — como se chama o mês alusivo à luta contra a Aids — estavam, ontem, em frente ao Centro Cultural Belchior, na Praia de Iracema, distribuindo preservativos e dando orientações à população.

Segundo a Prefeitura, o exame diagnóstico fica disponível o ano inteiro em todos os 113 postos da Cidade e no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) Carlos Ribeiro, um espaço especializado nesse tipo de atendimento, inaugurado ano passado, no bairro Jacarecanga.

No Brasil, a estimativa é de que 135 mil pessoas vivem com o vírus HIV e ainda não sabem. "É só um furinho no dedo. Completamente sigiloso. A pessoa tem o diagnóstico imediato e, se for reagente (positivo), já sai com encaminhamento para o serviço especializado", assegurou Marcos Paiva. Em 2018, segundo ele, 836 pessoas foram diagnosticadas na Capital.

O técnico lembrou que, além de tratar de diagnóstico precoce, o Dezembro Vermelho alerta para o enfrentamento ao preconceito e aos estigmas que rodeiam a infecção.

"É muito difícil desmistificar. Fazer com que as pessoas entendam que o preservativo é uma necessidade. Que não é um insumo só pra HIV. É pra (evitar) gravidez, HIV, sífilis e outras doenças", reforçou Marli Galvão, líder do Núcleo de Estudos em HIV/Aids e Doenças Associadas (Neaids) da Universidade Federal do Ceará (UFC).

Francisca Neide Rodrigues da Silva, 65, descobriu há 14 anos que tinha Aids. À época do diagnóstico, lembrou: "Foi o fim do mundo. Eu não conhecia. Achava que só quem pegava era pessoa rica. Eu pensava que tava com câncer, que ia morrer". Hoje, depois de passar por um tratamento intenso, "tô aqui ótima e maravilhosa, como se eu não tivesse", testemunhou.

Testes rápidos

Onde encontrar: em todos os 113 postos de saúde de Fortaleza e no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) Carlos Ribeiro, na Jacarecanga.

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