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Praia de Pontal do Maceió, em Fortim, ainda tem vestígios esparsos de óleo
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Praia de Pontal do Maceió, em Fortim, ainda tem vestígios esparsos de óleo

| Desastre ambiental | Duas localidades da praia constam como oleadas em monitoramento do Ibama. Plano Emergencial ainda não foi executado
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FORTIM, CE, BRASIL,06.11.19: Barreira de contenção é instalada na foz do rio jaguaribe para barrar o óleo que vem do mar.   (Fotos: Fabio Lima/O POVO) (Foto: FABIO LIMA)
Foto: FABIO LIMA FORTIM, CE, BRASIL,06.11.19: Barreira de contenção é instalada na foz do rio jaguaribe para barrar o óleo que vem do mar. (Fotos: Fabio Lima/O POVO)

Pouco mais de 100 dias após o início do aparecimento de manchas de óleo nas praias do Nordeste, dois pontos da Praia do Pontal do Maceió, em Fortim, apresentaram vestígios esparsos do material neste mês. As informações são do último monitoramento do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) divulgado no domingo, 8. Plano Emergencial de Balneabilidade (PEB) aprovado pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente (Coema) ainda não começou a ser executado.

Conforme o levantamento do Ibama, em novembro foram identificados vestígios esparsos em dois pontos da praia do Cumbuco, Caucaia; no Pecém, em São Gonçalo do Amarante; na Sabiaguaba, em Fortaleza; em Lagoinha, na Paraipaba; e na Praia do Diogo, em Beberibe. Distante 135 km de Fortaleza, o município de Fortim chegou a ter uma tonelada de piche recolhida em menos de 24 horas, no mês de outubro.

A professora Ozileia Menezes, diretora do Instituto de Ciências do Mar (Labomar) da Universidade Federal do Ceará (UFC), explica que ainda estão sendo feitos estudos para conhecer as propriedades físico-químicas do material, visto que "são determinantes na magnitude dos efeitos gerados". "Conhecendo a química do óleo se pode prever o efeito deste óleo ou sua toxidade na qualidade da água, qualidade do sedimento, os efeitos na biota (animais) marinhos. A constituição do óleo pode ter diferentes características químicas e toxicológicas, as quais se alteram ao longo do tempo", detalha a professora.

Rivelino Cavalcante, professor de Ciências Ambientais da UFC, explica a importância da execução do plano de balneabilidade. "Está sendo feita uma verificação quando aparece óleo nas praias. Uma limpeza que é só visual. O plano deve avaliar o nível tóxico nas praias atingidas", diz. O plano prevê exames físico-químicos de amostras semanais por seis meses. Questionada pelo O POVO sobre a execução do plano, a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) informou que enviaria resposta hoje, 10.

Desde o início dos registros de manchas de óleo no litoral nordestino, em 30 de agosto, até esta segunda-feira, 9, foram três casos notificados por intoxicação decorrente do contato com o óleo. Sendo um em Fortim e dois em Aracati, conforme a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). A pasta informou que "tem realizado monitoramento diário para identificação de casos junto às Coordenadorias Regionais de Saúde e unidades de saúde próximas às áreas afetadas pelo óleo".

Linha do tempo da cobertura

26 DE SETEMBRO

Manchas de piche são identificadas em praias de Fortaleza, Paracuru, Prainha, Aquiraz, Cumbuco, Caucaia e Taíba.

1º DE OUTUBRO

Tartarugas morrem no litoral nordestino por terem ingerido óleo, substância tóxica

15 DE OUTUBRO

Manchas de óleo atingem a foz do Rio Jaguaribe. Prefeitura de Fortim e Marinha retiram parte do óleo

26 DE OUTUBRO

Uma tonelada de óleo é recolhida em Fortim. Mobilização local conseguiu fazer o trabalho de limpeza.

15 DE NOVEMBRO

Plano Emergencial de Balneabilidade prevê análise em laboratórios especializados semanalmente e divulgação de dados.

22 DE NOVEMBRO

Ceará não registra manchas de óleo há uma semana, afirma Semace.

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