Ao O POVO, a Agência Nacional de Águas (ANA) afirmou que as barragens de Jaburu I e de Granjeiro (que não consta no relatório por ser particular), têm maior risco, embora atualmente esteja controlado. Ambas estão em Ubajara e passaram por obras recentes.
O açude Jaburu I, de responsabilidade da Cogerh, recebeu investimentos R$ 3,8 milhões em 2019 para ações de aplicação de injeções de cimento na estrutura do açude. "É a única das nossas barragens que está em uma situação mais delicada. Isso porque a geologia da região onde está construída é solo de natureza sedimentar. Então, o problema não é na estrutura em si", explica Mikaelle Duarte. Segundo ela, o reservatório abastece 8 cidades e 15 distritos na região da serra da Ibiapaba, atendendo mais de 300 mil habitantes.
Já o açude Granjeiro, construído há cerca de 40 anos, pertence à empresa Agrosserra desde 1993. Em março de 2019, a barragem apresentou uma fenda por processo de erosão, o que gerou risco de rompimento e a evacuação das famílias do entorno. O reservatório, que tem capacidade de 2,3 milhões m³ de água, é utilizado para destilaria de álcool automotivo e gera sustento às famílias que também utilizam do recurso hídrico para agricultura. De acordo com a ANA, após determinação da Agência, a barragem "foi deplecionada severamente e estão sendo realizadas obras pelo responsável para diminuir o risco dessa estrutura".
No Estado, a implantação, ampliação ou alteração de projeto de qualquer empreendimento que demande a utilização de recursos hídricos, superficiais ou subterrâneos só pode acontecer mediante a Outorga de Execução de Obras e/ou Serviços de Interferência Hídrica e inclusão no Cadastro Estadual de Barragens.
Segundo o Relatório de Segurança de Barragens de 2018, as barragens Ayres de Souza (Jaibaras), Forquilha, Frios, Lima Campos, Paulo Sarasate (Araras), Pompeu Sobrinho (Choró-Limão), Roberto Costa (Trussu), Várzea do Boi, todas de propriedade do Dnocs, e Jaburu I, de responsabilidade da Cogerh, inspiram atenção no Estado.