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Manifestação cultural e política marca 8 de março em Fortaleza
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Manifestação cultural e política marca 8 de março em Fortaleza

| Direitos das mulheres| Lutas contra o fascismo, contra a política de retirada de direitos sociais e contra o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) estiveram em pauta
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Diversos movimentos sociais de Fortaleza organizaram ontem, 8, um festival político e cultural no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, no Centro. Segundo a organização, 10 mil pessoas participaram da caminhada que percorreu as ruas entre o local e o aterro da Praia de Iracema. O tema "Pela vida das mulheres: contra o fascismo, o machismo, o racismo e a LGBTfobia" norteou rodas de conversa, oficinas e intervenções culturais que também integraram a programação do dia.

"Dias mulheres virão", "Cuidado, o machismo mata", "Lute como uma garota" e "Depois do não, tudo é assédio" foram algumas das frases estampadas em camisetas e cartazes. Além da temática feminista, as lutas contra o fascismo, contra a política de retirada de direitos sociais e contra o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) estiveram em pauta. Manifestações similares ocorreram em pelo menos outras 15 capitais no País.

No trajeto percorrido pelas mulheres, houve quem, das janelas de automóveis e prédios, olhasse com espanto e estranhamento, mas não faltaram aqueles que acenassem em apoio. Nas calçadas e no Centro Dragão do Mar, entre quem estava em sua rotina de fim de semana ou de trabalho, alguns sequer desviaram seus caminhos, outros não deixaram de expressar o preconceito no rosto e muitos, pela curiosidade ou pertencimento, entraram no protesto.

Para Edna Carla, representante das Mães do Curió, a importância de estar no ato é na reivindicação de direitos enquanto "mulheres, trabalhadoras, mães, e seres humanos". Ela pontua também que a associação que faz parte, que reúne as mães das vítimas da chacina ocorrida na grande Messejana em novembro de 2015, representa mulheres que tiveram seu direito "de envelhecer ao lado dos filhos" violado pelo próprio Estado.

Telma Tremembé, artesã e escritora indígena, entende que já houve ganhos importantes para as mulheres, mas que ainda há muito a percorrer: "durante muito tempo fomos caladas, e hoje precisamos falar". Para ela, é importante ocupar espaços e se fazer visível para atingir os objetivos das manifestações. "Não vamos estar apenas nas aldeias, estaremos nas ruas, no Centro, em Brasília, onde precisarmos. Onde quiserem ferir nossos direitos, lá nós vamos estar", completa.

A jornalista Mara Beatriz, que faz parte da ONG Mães pela Diversidade, pondera que falta muito para alcançar a igualdade entre os gêneros. "De equiparação salarial à violência doméstica, passando pela transfobia... É muita coisa." Ela afirma que o avanço deve vir em todos os níveis, inclusive no do discurso: "é preciso sempre estudar, ler, pensar sobre o feminismo".

O dia terminou com apresentações musicais do grupo Tambores de Safo, da rapper Fran DDK, da Masôr Costa Masôr Costa e das artistas Bárbara Sena, Simone Sousa, Jord Guedes e Luiza Nobel. 

Outros dois protestos com posição marcadamente contra o governo federal estão programados para este mês na Capital: o do dia 14, que pedirá explicações sobre as mortes de Marielle Franco e Anderson Gomes, assassinados há dois anos; e o do dia 18, por melhorias na educação e nos serviços públicos.

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