Gestantes que fazem acompanhamento pré-natal na rede pública de Fortaleza podem continuar indo às consultas durante o decreto de quarentena. Da mesma forma, aquelas que querem buscar o Sistema Único de Saúde (SUS) pela primeira vez para esse tipo de serviço também podem procurar os postos de saúde, de acordo com o gerente da Rede de Atenção Primária e Psicossocial de Fortaleza, Erlemus Soares.
O assunto foi pauta, na tarde dessa sexta-feira, 27, de recomendação do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) à direção técnica de hospitais públicos e privados da Capital. O documento expedido pelo MPCE aborda a continuidade no atendimento de gestantes, respeitando as condutas de prevenção à Covid-19.
De acordo com Soares, 30% da demanda nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) estão reservadas para consultas eletivas. A maior parte do atendimento nos postos de saúde, porém, são destinadas a pacientes com sintomas gripais e outras demandas agudas. Atualmente, 13.367 gestantes estão no prontuário eletrônico do Município.
"Mudamos a lógica e deixamos mais as unidades voltadas para os eventos agudos, principalmente pensando já nos resfriados, nos pacientes que aparecem com sintomas de Covid-19, mas mantivemos 30% da nossa demanda programada especificamente para esses casos: gestantes, casos de puericultura, pacientes de alto risco, hipertensos e diabéticos", afirma.
Para manter a segurança das gestantes que buscam os postos de saúde, Soares explica que foram criados fluxos diferenciados para manter o isolamento nas unidades. "Demarcamos no piso para onde vai a demanda aguda e para onde vai a demanda programada, exatamente para tentar manter ao máximo esse isolamento social, até mesmo dentro do posto de saúde."
No caso das gestações de risco, as mulheres são referenciadas é a Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (MEAC). As consultas na instituição estão mantidas, e, por semana, são realizados cerca de 250 atendimentos de pré-natal.
Porém, de acordo com o coordenador do Serviço de Medicina Fetal MEAC, Herlânio Costa, devem ser priorizados as consultas e os exames das pacientes de alto risco e das que estão no terceiro trimestre da gravidez. "As pacientes de primeiro e segundo trimestres, nesse momento de instabilidade, devem ter suas consultas adiadas. Em adiando, elas devem ser orientadas para sinais de alerta. Se tiverem sangramento, febre, perda de líquido e dor abdominal importante, devem procurar ou o seu pré-natal, ou uma unidade de emergência."