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Adiamento de tratamento deve ser acordado entre paciente e médico
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Adiamento de tratamento deve ser acordado entre paciente e médico

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Marcus Gifoni, professor do Departamento de Cirurgia da UFC, frisa a recomendação de que todo o paciente com câncer, a priori, continue o tratamento. No entanto, em casos específicos, e em comum acordo com o médico, alguns procedimentos podem ser suspensos. O especialista cita o exemplo de tratamentos de baixa toxicidade ou hormonoterapia.

“A indicação é reduzir as idas ao consultório em que se trata. As recomendações seguem a orientação do Ministério da Saúde e do Conselho Federal de Medicina. Em alguns casos, o paciente pode ser consultado de forma remota ou em encontros mais espaçados”, complementa.

Gifone cita ainda que, em outras situações, o momento da intervenção pode ser modificado. “Em casos de operações ou doenças que progridem lentamente, em casos que não representa muitas consequências, como câncer de tireóide, que é pouco agressivo, é razoável que o paciente adie por três meses, quatro meses. Porque não não vai comprometer nesse horizonte de tempo”, comenta.

No entanto, quando a enfermidade é de natureza mais agressiva, como a de câncer no pâncreas e colorretal, é preciso fazer em tempo ideal. “Como regra geral, é muito difícil definir todas as situações. É necessário análise para identificar que não prejudique caso se postergue o tratamento”, afirma o professor da UFC.

O especialista destaca ainda que é comum nos centros de oncologia o adiamento de alguns tratamentos, como o de mama, por exemplo. Além das consultas de rotina, como de pacientes já curados, mas retornam ao hospital de seis em seis meses. O profissional, que também tem experiência na rede privada, afirma que as clínicas particulares contatam os pacientes para remarcar as consultas. Com isso, filtram os necessitados de intervenção mais urgente.

Marcus Gifoni sugere ainda medidas de prevenção a hospitais, que tratam pacientes oncológico, e clínicas de imagens. Nesses locais onde ficam vários pacientes na emergência, comenta, é possível o aparecimento de pessoas infectados pela Covid-19. “É recomendado que os pacientes oncológicos tenham uma via exclusiva, que não sejam contaminados. Tenham um trânsito exclusivo dentro do hospital, que não sejam infectados”, recomenda.

A mesma indicação é feita às clínicas de imagem. “Quem precisa fazer exame de imagem, tomografia, ressonância, como da rotina de oncologia, tem de ser em lugares separados.” O especialista recomenda ainda que os exames de rotina sejam adiados para evitar o risco de contaminação.

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