As mortes de Alisson e dos policiais se inscreveram em uma série de assassinatos registrada na região da Vila Manoel Sátiro em agosto de 2018. Em uma semana, foram, pelo menos, oito mortes, como O POVO já havia mostrado na edição de 24 de agosto de 2019.
O primeiro crime dessa sequência, porém, ocorreu em julho de 2018. O PM Juciano de Lima Barbosa foi morto a tiros, supostamente, após desentendimento com Charlesson de Araújo Souza, integrante da GDE. Fabiano Cavalcante da Silva, apontado como liderança da facção, teria tomado conhecimento da situação e ordenado o crime.
Em 22 de agosto, a vítima foi Thalys Constantino de Alencar, amigo de Charlesson. Um dia depois, foram mortos os PMs Antonio Cesar Oliveira Gomes, Sanderley Cavalcante Sampaio e João Augusto Lima. Em depoimento ao MPCE, feito ainda em 2018, um ex-integrante da GDE disse que o triplo homicídio ocorreu por os criminosos acharem que a morte de Thalys foi cometida por PMs. A fonte ainda disse que Alisson não teria envolvimento com a morte dos policiais, apesar de ser ligado a Fabiano e à GDE. "O que se comenta dentro da cadeia é que ele foi morto pela polícia, pelos companheiros não".
No dia 26, são mortos Thiago da Silva Moura e Antônio Victor Araújo Nobre. Um dia depois, foi morto Antônio Adalberto Constantino de Alencar, tio de Thalys. Adalberto teria presenciado a morte do sobrinho. Por fim, no dia 29, no Parque Presidente Vargas, foi morto Carlos Daniel de Sousa Maciel e seis pessoas ficam feridas. Desses crimes, somente as mortes dos PMs resultaram em denúncia à Justiça.