O Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Ceará (Adufc Sindicato) também fez um levantamento, desta vez entre os professores. Entre 817 respondentes ao questionário, 81,8% manifestaram-se a favor da suspensão do calendário acadêmico durante o período de isolamento social. Sobre a substituição da carga horária das disciplinas presenciais por aulas remotas, 77,6% afirmou ser contra. Atualmente, a Universidade tem 2.297 professores ativos, dos quais 1.412 são sindicalizados.
Bruno Rocha, presidente da Adufc, explica que o sindicato está realizando reuniões com as direções de todas as unidades acadêmicas. "Na maioria delas, os professores estão relatando falta de estrutura laboral, além de dificuldades pessoais. Muitos ou estão no grupo de risco ou precisam cuidar de parentes que estão", conta. "Tudo isso gera um momento difícil, tecnológica e psicologicamente". Rocha indica ainda que mesmo os professores que mantiveram atividades remotas nos últimos dois meses estão relatando desgaste e frustração pela baixa frequência nas aulas e pela dificuldade em elaborar dinâmicas que favoreçam o aprendizado.
A UFC afirma que "o PPE busca flexibilizar mecanismos administrativos e apontar diretrizes para a continuidade de atividades didáticas". O documento reconhece que "não há como substituir literalmente todas as aulas presenciais pelo ensino a distância" e explicita que o plano considera "as especificidades dos componentes curriculares e das unidades acadêmicas". A Universidade afirma ainda que junho um período de planejamento e oferecerá aos estudantes, docentes e servidores técnico-administrativos "uma série de ações formativas, de apoio pedagógico e tecnológico", por meio de webconferências e respostas via e-mail.
Entretanto, questionada pelo O POVO, a Universidade não informou se há um plano logístico para a entrega dos 6 mil pacotes de dados prometidos. A instituição também não respondeu sobre uma data limite para conclusão do primeiro semestre de 2020 e possíveis prejuízos ao início do próximo semestre.