Em resposta às diretrizes propostas pelo IFCE, estudantes criaram uma petição contra o ensino remoto nos institutos federais cearenses. "O que a gente reivindica é o ensino de qualidade para todos, não só para aqueles que têm acesso à internet e a um local em casa para estudar através de ensino à distância", explica Gabriel Herculino, estudante do curso Técnico Integrado em Química no campus Fortaleza.
Ele conta que algumas diretorias de ensino anunciaram o ensino remoto sem tirar dúvidas de aluno acerca do funcionamento e sem assegurar o acesso àquelas que não têm os recursos necessários. "A gente se preocupa em formar e em ir bem nos vestibulares, mas a principal preocupação é ter um ensino de qualidade", completa lembrando que cursos técnicos dão a oportunidade de inserção qualificada no mercado.
"O posicionamento das representações estudantis é de que as atividades remotas não sejam obrigatórias, baseado nos levantamentos de cada curso que vêm apontando que cerca de 60% dos alunos não poderiam continuar o semestre assim", afirma Luana Angelo, coordenadora geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE) do IFCE.
Pela proposta, as disciplinas online seriam cursadas por quem tenha condições e aproveitadas no currículo na volta às aulas presenciais. Já os estudantes sem acesso, teriam direito a terminar o semestre de acordo com um calendário de reposição presencial. "Já vivemos greves longas que depois foi planejado e reposto", argumenta.
A Reitoria afirma que não há possibilidade de um calendário unificado. "O planejamento de retomada e conclusão do semestre dependerá do planejamento de cada campus, visto que alguns campi estavam começando o semestre, outros faltavam poucas atividades para concluir", expõe em nota.