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Restaurantes têm fluxo abaixo do esperado na primeira semana de reabertura
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Restaurantes têm fluxo abaixo do esperado na primeira semana de reabertura

Estabelecimentos podem funcionar entre 9 e 16 horas, para o almoço. Na próxima fase da retomada, está prevista a liberação do jantar. Nos últimos dois dias, 25 restaurantes foram notificados por descumprir normas
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Coco Bambu, na Avenida Beira Mar: adaptações para atividade presencial no contexto de pandemia  (Foto: Aurelio Alves)
Foto: Aurelio Alves Coco Bambu, na Avenida Beira Mar: adaptações para atividade presencial no contexto de pandemia

Contemplado na segunda fase de retomada econômica e comportamental no Ceará, os restaurantes de Fortaleza registraram fluxo de clientes abaixo do permitido pelo decreto estadual nº 33.631, que é de 50%, conforme o decreto estadual. A avaliação do Sindicato de Bares Restaurantes (Sindirest) é de que, apesar de redução dos óbitos devido a Covid-19, a população ainda tem receio em sair de casa com o número de casos aumentando, principalmente no interior e Região Metropolitana da Capital.

"Com as poucas pessoas que conversei, a expectativa era de que o fluxo fosse maior. Porém, o grande alento é que estamos de volta para receber a clientela e preparar o ambiente. Ainda não é como esperamos. A movimentação é pequena, o número de mesas disponíveis é menor, mas estamos felizes", comenta Moraes Neto, diretor do Sindirest.

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Os restaurantes estão autorizados a funcionar entre 9h e 16h para o almoço. Na terceira fase de retomada econômica, deve ser liberada a abertura para jantar. 

O sindicato ainda não dispõe de dados oficiais sobre a primeira semana de abertura dos empreendimentos. No entanto, Moraes destaca que os estabelecimentos próximos às regiões comerciais, como Centro de Fortaleza, Aldeota e Varjota registraram movimentação "boa". Por outro lado, restaurantes instalados próximo a hotéis, praias e escolas tiveram baixo fluxo.

Esta também é a avaliação de Álvaro Meireles, sócio-proprietário do restaurante Coco Bambu, da Beira Mar. Segundo ele, o fluxo de clientes variou entre 20% e 30%. "Tem sido difícil. A gente sabe que ainda vai passar por um período um pouco complicado, mas sempre mantendo a esperança", afirma. Aos sábados, costumava ter fila de espera para consumir no estabelecimento. No entanto, o cenário era totalmente diferente neste primeiro final de semana após a liberação para consumo no local.

"A gente teve de se preparar para os cuidados preventivos. Desde a medição da temperatura até os cuidados com todo o tipo de proteção com equipe do atendimento. A retomada ainda tem sido tímida, existe medo e receio da população. A expectativa é de que a médio e longo prazos as coisas melhorem, mas ainda é uma interrogação", analisa.

O empresário lembra que precisou reinventar a dinâmica de trabalho para honrar com os compromissos durante o fechamento do restaurante. Para tanto, começou a entregar pratos via delivery. Enquanto os atendimentos estavam fechados, Álvaro reformou o estabelecimento para o novo momento. As intervenções no local ainda seguem. Mesmo assim estão mantidos o distanciamento entre as mesas, a redução de cadeiras, a oferta de álcool em gel aos clientes, por exemplo.

Mais popular, o Restaurante João Filho, do Jóquei Club, registrou movimento acima do esperado, mas dentro do limite estipulado pelo governo estadual. Conforme Luis Aldivan, gerente do local, neste sábado, 40% da clientela regular passou pelo local. O fluxo, para ele, foi razoável.

"A expectativa é de que a partir da próxima semana, com a adaptação dos clientes, as pessoas comecem a voltar e sair mais de casa", espera. As medidas de segurança também foram adotadas, desde o tapete higienizador na entrada do local, verificação de temperatura, luva e face shield, por exemplo. 

De acordo com a Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis), entre última sexta-feira, 27, e este sábado, 45 restaurantes, lanchonetes e congêneres foram fiscalizados para verificar se os alimentos estão sendo manipulados de forma adequada e segura, conforme as legislações vigentes e os Decretos Municipais sobre as ações de enfrentamento à Covid-19. Destes 25 foram notificados, 15 estavam dentro dos padrões higiênico-sanitários e cumprindo as determinações previstas, outros nove estavam fechados.

"Nos restaurantes, nós também verificamos o serviço de delivery, que é feito por entregadores, geralmente por motoqueiros, se há higienização do capacete, da moto, do compartimento de transporte de alimentos, que é o isopor. Eles devem fazer limpeza com álcool em gel a cada visita", comenta Lianna Campos, gerente de Elaboração de Planos de Fiscalização e fiscal de Vigilância Sanitária da Agefis.

 

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