O Ceará tem 81 instituições particulares de Ensino Superior. Todas suspenderam as atividades presenciais em março e, imediatamente ou após antecipação de férias, iniciaram aulas remotas. O processo cercado de controvérsias, como o pagamento de mensalidades e a adaptação ao modelo de ensino, ganha mais um passo com o planejamento da volta às salas e aos corredores. Protocolos de biossegurança são parte fundamental do retorno.
Na Universidade de Fortaleza (Unifor), as aulas teóricas foram mantidas e concluídas de maneira virtual. "Nesse período, uma das preocupações foi adaptar a universidade para um retorno quando possível", explica Henrique Sá, vice-reitor de Graduação. "Ajustamos o calendário acadêmico para garantir a reposição das aulas práticas essenciais de cada curso. O campus está preparado para receber alunos e professores com no máximo um terço da capacidade de cada espaço", completa.
Um protocolo de biossegurança envolveu profissionais de diversas áreas e baseia o plano de retorno. "O documento já está montado há um mês e meio, o que permitiu o treinamento da comunidade universitária", afirma Sá. Entre as orientações, está a proibição de reuniões e grupos de estudo presenciais. O uso de laboratórios só poderá ser feito com agendamento.
O Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino (Sinepe) do Ceará afirma que realizou requerimento ao Governo estadual para o retorno das atividades presenciais. "O requerimento propõe o retorno das aulas práticas antecipado para os alunos concludentes do ensino superior, ante a necessidade da conclusão do curso", expõe Andréa Nogueira, presidente do sindicato. O retorno dos demais alunos está previsto para o fim do mês, junto da Educação Básica.
De acordo com a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior, a pasta vem reunindo representantes das instituições de Ensino Superior a fim de discutir a forma adequada da retomada das aulas nas universidades públicas e privadas cearenses. "Na última quinta-feira foi realizada uma reunião com 238 gestores para debater e propor os caminhos, respeitando as particularidades e necessidades de cada instituição e de cada região", explica o secretário Inácio Arruda. "Todas as medidas serão tomadas com base nas informações científicas e das instituições", enfatiza.