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Em julho atípico, barracas da Praia do Futuro têm domingo com mesas vazias
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Em julho atípico, barracas da Praia do Futuro têm domingo com mesas vazias

Ontem, 19, foi o primeiro domingo de funcionamento desde meados de março, quando o Governo do Ceará decretou isolamento social no Estado
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MESAS na faixa de areia foram as primeiras a ser ocupadas; nas áreas distantes do mar, a ocupação foi baixa (Foto: Thaís Mesquita)
Foto: Thaís Mesquita MESAS na faixa de areia foram as primeiras a ser ocupadas; nas áreas distantes do mar, a ocupação foi baixa

Ontem, 19, foi o primeiro domingo de funcionamento das barracas da Praia do Futuro após quatro meses de atividades suspensas, desde a edição do primeiro decreto de isolamento social no Ceará, em março. Seguindo as regras de biossegurança, os estabelecimentos abriram com metade da capacidade e com horário reduzido, de 9 horas às 16 horas. Ainda assim, não estavam lotados como esperavam os empresários do setor.  

Na barraca Crocobeach, 350 mesas foram organizadas para atender a clientela. “Com o distanciamento de quatro metros , a expectativa é de que todas as mesas montadas fiquem lotadas. Todos estão seguindo o protocolo”, frisa o supervisor de atendimento do local, Clériston Coelho. Ele avalia, no entanto, que mesmo que o governo libere 100% da capacidade, o fluxo de clientes deve permanecer distante do observado antes da pandemia porque o local depende muito do fluxo de turistas para se restabelecer.

A falta de turistas também justifica o baixo fluxo de clientes na Chico do Caranguejo. Segundo a sócia-proprietária Sergiane Silva, 90% dos frequentadores são pessoas que moram fora da Capital. Mesmo assim, ela está otimista com a fase de reabertura. Sergiane aposta numa mudança do perfil de quem vai à barraca, uma das mais tradicionais da orla. "(O movimento) está, sim, abaixo da média, mas é normal. A gente percebe que (o público de) Fortaleza está vindo apreciar mais o que não conhecia, nas nossas barracas da Praia do Futuro".

A permissionária Renata Silva relata preocupação devido ao baixo movimento. Ela tem um estande de venda de biquínis e acessórios para banho em uma barraca e conta que o espaço tem sido menos frequentado durante a reabertura. "Eu vim fazer minha primeira venda agora. A gente vê que só está o povo da nossa localidade, não tem turista", lamenta.

"Por mais que a gente tenha diminuído em 50% a quantidade de mesas, ainda tem muita mesa vazia", observa Thiago Quenel, gerente da barraca Santa Praia. "O distanciamento está sendo obedecido, ainda assim o povo está com receio de procurar locais públicos”, explica. O gerente frisa que se não fosse a pandemia, por volta das 10 horas, todas as mesas já estariam ocupadas, sobretudo no mês de julho. 

Thiago acredita que além de outros problemas a limitação do número de pessoas em cada mesa afasta os clientes. Pelo decreto, a ocupação deve ser de, no máximo, quatro pessoas. "Se fizer oito ou dez pessoas, já não vão ficar na mesma mesa, e o cliente não quer ficar separado", argumenta o gerente. 

"Clima bom de descontração"

Entre o público que frequentou a Praia do Futuro na manhã de sol de ontem, 19, estava a administradora Silviene Marinho. Ela aproveitou o domingo para caminhar pela praia enquanto o marido e o filho jogavam tênis em uma barraca. "Eu acho que as pessoas estão cuidadosas, mas tem um clima bom de descontração. Elas estão bem dispostas a se divertir, foi muito tempo dentro de casa", comenta.

A administradora concorda que o movimento na praia estava tranquilo, conforme relatado por funcionários e permissionários que trabalham no local. Entretanto, ela acredita que a tendência é que o público acompanhe o "novo normal". "A quantidade de gente é muito pequena. A gente sempre vem para as barracas, e tinha dias que não tinha nem mesa para sentar. O movimento vai melhorar, mas não tende a ser o que era antes", sustenta.

Já o italiano Antonio Simoni, que mora na região da Praia do Futuro, conta que nunca viu tanta gente na praia, durante o período de pandemia, como no último sábado, 18. "O clima está muito bom. Fiz a caminhada da barraca Vila Galé até a Caça e Pesca, encontrei muitas famílias e pessoas brincando", relata Antonio, que mora em Fortaleza desde 2014. Ele acrescenta que não percebeu mudanças no comportamento das pessoas. Mas reconhece que o movimento na Crocobeach, onde desfrutava o domingo, está menor em relação ao período anterior à pandemia. (Com Ismia Kariny)

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