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Estudo sugere que vacina de Oxford induz resposta imune
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Estudo sugere que vacina de Oxford induz resposta imune

OMS comemorou os resultados, mas ponderou que há 'longo caminho a percorrer' até que a vacina chegue ao público
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IMUNIZANTE utilizado não provocou efeitos colaterais graves em duas fases de teste (Foto: Divulgação/Universidade de Oxford)
Foto: Divulgação/Universidade de Oxford IMUNIZANTE utilizado não provocou efeitos colaterais graves em duas fases de teste

A vacina experimental para a Covid-19 da AstraZeneca, desenvolvida na Universidade de Oxford, é segura e produziu resposta imune em ensaios clínicos iniciais em voluntários saudáveis, informaram cientistas da instituição nesta segunda-feira, 20.

O imunizante, chamado AZD1222, não provocou efeitos colaterais graves e desenvolveu respostas imunes a anticorpos e células T, de acordo com o estudo publicado na revista médica The Lancet. Os testes foram realizados com mil voluntários saudáveis, entre 18 e 55 anos. Os resultados referem-se às fases 1 e 2 de testes. A terceira etapa está sendo testada em 50 mil pessoas, incluindo 5 mil brasileiros.

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"Esperamos que isso signifique que o sistema imunológico se lembre do vírus, para que nossa vacina proteja as pessoas por um período prolongado", disse o principal autor do estudo, Andrew Pollard, da Universidade de Oxford. "No entanto, precisamos de mais pesquisas antes de confirmarmos que a vacina protege efetivamente contra a infecção por SARS-CoV-2 e por quanto tempo dura a proteção", explicou.

A vacina de Oxford está entre as principais candidatas na luta contra a Covid-19, que já matou mais de 600 mil pessoas no mundo, ao lado de outros em ensaios de estágio intermediário e final. Outro imunizante em estágio avançado de teste é a da chinesa Sinovac Biotech.

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A AstraZeneca assinou acordos com governos de todo o mundo para fornecer a vacina, caso ela se mostre eficaz e obtenha aprovação regulatória. A empresa afirmou que não buscará lucrar com a vacina durante a pandemia.

A vacina de Oxford está sendo testada em diversos países, entre eles o Brasil e poderá ter o registro liberado em junho de 2021. A informação foi dada na última quarta-feira, 15, em entrevista à GloboNews, por Soraya Smaili, reitora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que coordena os testes no País. Normalmente, a vacina levaria 18 meses para ser aprovada. Mas os cientistas estão confiantes de que conseguirão encurtar este período para 12 meses se os resultados forem positivos.

Essa redução é possível porque a vacina está sendo testada simultaneamente em 50 mil pessoas em todo o mundo, um número recorde. No Brasil, são 5 mil pessoas: duas mil em São Paulo, duas mil na Bahia e mil no Rio de Janeiro.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), existem atualmente 163 substâncias candidatas a vacina contra a Covid-19 em desenvolvimento em todo o mundo. O diretor de emergência da instituição, Michael Ryan, comemorou os resultados divulgados pela pesquisa, mas ponderou que ainda há etapas até a imunização chegar ao público. (AFP)

 

Teste

As doses da vacina chinesa que será testada no Brasil chegaram a São Paulo na madrugada de ontem. Ainda nesta terça começam os testes com voluntários

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