Foi no período da paralisação de parte dos policiais militares que se registrou o pico do número de assassinatos neste ano no Estado. Entre os 28 adolescentes mortos naquele período está José Guilherme. O jovem foi morto a tiros no Vicente Pinzón, por volta das 23h40min de 20 de fevereiro. A investigação apontou que o crime foi cometido por cerca de 12 homens, que usavam balaclavas e estavam em seis motos. Eles abordaram a vítima e ordenaram que ele ficasse de costas, com as mãos na parede. Foi quando José Guilherme se virou para trás que eles dispararam. Após atirar, eles teriam juntado as cápsulas e permanecido rindo no local do crime.
O caso foi remetido para a Delegacia de Assuntos Internos (DAI), especializada em crimes cometidos por agentes de segurança. "Verifica-se haver nos autos nítidos elementos de atuação de um grupo de agentes de segurança do Estado, conforme o comportamento dos autores", afirmou o MPCE em parecer que solicitava o envio do inquérito à DAI. Consta no inquérito informe de que boatos apontavam que os autores seriam policiais e teriam praticado outros crimes naquela noite. "Além disso, causa estranheza o fato de não haver equipe da PM no local, não haver equipe da Pefoce ou Samu até a chegada da Polícia Civil nem haver populares no local". José Guilherme já havia sido apreendido por tráfico e lesão corporal.