A Secretaria da Infraestrutura do Estado (Seinfra) iniciou a construção na Estação Papicu, trecho da Linha Leste do Metrô de Fortaleza, ao lado do terminal de mesmo nome, com a instalação do canteiro de obras. Este era o único dos cinco novos pontos previstos na extensão da rede metroviária da Capital sem obra. Conforme a Pasta, a priori, a mobilidade da população não deve ser afetada. O órgão não detalhou o percentual já concluído de todo o projeto, previsto para ser entregue até o fim de 2022.
As obras seguem em andamento no Centro de Fortaleza. No canteiro principal, as intervenções ocorrem na Estação Chico da Silva, a primeira subterrânea da nova linha. São 350 metros de túnel duplo de concreto com escavação a céu aberto. A construção da embocadura para início das escavações com as tuneladoras foi finalizada.
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No eixo da rua Castro e Silva, na mesma região, a escavação com os equipamentos especializados iniciou e segue a 25m de profundidade. As peças pré-moldadas de concreto estão sendo produzidas na fábrica de aduelas, também localizada no canteiro central. Além disso, um poço de ventilação é construído na Praça da Estação e outros serão iniciados, nos próximos meses.
Na Aldeota, as construções seguem nas Estações Colégio Militar e Nunes Valente. No primeiro endereço, ocorre a escavação da estação, após a conclusão das paredes de contenção, que têm 35 metros de profundidade, o equivalente a um prédio de 10 andares, e 1 m de espessura. A Estação mede 128 metros por 19 metros, sem incluir os acessos, ou seja, tem extensão superior a de um quarteirão. Já a Estação Nunes Valente está na fase de construção das paredes de contenção.
No total, a Linha Leste terá 7,3 quilômetros de extensão. Serão quatro estações subterrâneas: Chico da Silva, Colégio Militar, Nunes Valente e Papicu e uma de superfície: Tirol-Moura Brasil. O projeto prevê integração com as Linhas Sul e Oeste, no Centro, e com o VLT Parangaba-Mucuripe. Além do terminal de ônibus, no Papicu.
Conforme a Seinfra, o empreendimento terá capacidade para transportar até 150 mil passageiros por dia. O tempo de viagem entre o Centro e o Papicu será de 15 minutos. O investimento do Governo do Estado gira em torno de R$ 1,18 bilhão enquanto outros R$ 660 milhões são oriundos do Governo Federal. Segundo a Pasta, aproximadamente 800 colaboradores trabalham na obra.
Com a entrega da Linha Leste e das duas últimas estações do VLT Parangaba-Mucuripe que não foram entregues ainda, Mucuripe e Iate, o sistema metroviário de Fortaleza deve chegar a 64,1 quilômetros e 44 estações. Além desses, o sistema é integrado pelas linhas Oeste e Sul, que ligam aos municípios de Caucaia e Maracanaú.
Mário Azevedo, professor do Departamento de Engenharia de Transportes (DET) do Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Ceará (UFC), reconhece que o metrô como aliado importante para a mobilidade da cidade por conta da velocidade, conforto e valorização da região por onde passa. Por outro lado, aponta como fator negativo a demora para conclusão das obras. "O fluxo de recursos não é coisa simples, garantido e constante. Na China, eles conseguem resolver. No entanto, por aqui, basta ver a linha Sul. Eles têm esses problemas que é uma obra grande."
"É um investimento alto. Resta saber se os recursos estão garantido. Além disso, é preciso que seja feito uma integração boa, com o sistema de ônibus, outras linhas e o VLT. Além de controle. Não é porque tem uma linha de metrô que pode botar mais coisas para adensar muito mais a área. A própria linha pode não suportar", alerta Mário Azevedo.
SOBRE A LINHA LESTE
Extensão: 7,3 Km
Estações: Tiral-Moura Brasil, Chico da Silva, Colégio Militar, Nunes Valente e Papicu
Capacidade: 150 mil passageiros por dia
Integração: Linhas Sul e Oeste, VLT Parangaba-Mucuripe, terminal do Papicu
Tempo previsto de viagem do Centro ao Papicu: 15 minutos
Prazo de conclusão: final de 2022