Pelo menos, 16 mortes de mulheres foram classificadas como feminicídio nos sete primeiros meses deste ano. O número é idêntico ao registrado no ano passado, quando 18 feminicídios haviam sido registrados até julho, conforme dados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Os casos deste ano foram registrados em Fortaleza (3), Sobral (3), Juazeiro do Norte (3), Russas, Santa Quitéria, Crato, Cedro, Ipueiras, Jaguaruana e Mauriti. Conforme a SSPDS, dos 14 feminicídios registrados no primeiro semestre, 10 autores foram indiciados.
Além dos casos listados pela SSPDS, outras mortes de mulheres, porém, podem ser julgadas como feminicídio, a depender da interpretação do Ministério Público Estadual (MPCE) ao ofertar denúncia. É o caso do triplo homicídio ocorrido em 1º de maio último, em Messejana, em que um homem matou a companheira, de 39 anos, e suas duas filhas, de 4 e 12 anos. Para o MPCE, o caso se deu em contexto de violência de gênero, doméstica e familiar.
Conforme a denúncia, Antônio Humberto Santos teria, primeiramente, ministrado medicamento às vítimas, que havia solicitado para ele próprio por ter sido "acometido por pensamentos perturbadores". O intuito seria deixá-las sonolenta, mas as três passaram a ficar inquietas. Mesmo assim, o homem continuou com o crime, tendo desferido facadas e pauladas, e ainda asfixiou as vítimas.
Ao fugir, foi encontrado em uma casa em construção, onde gravou nas paredes como matou a família. A Justiça recebeu a denúncia do MPCE e o caso aguarda audiência de instrução. Em junho, o juízo indeferiu pedido de liberdade ao réu.
A SSPDS informou também ter registrado registrado diminuição de 23% nas ocorrências de violência doméstica no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2019. Conforme as estatísticas oficiais, 8.594 casos de violência doméstica foram registrada neste ano, contra 11.188 do ano passado.