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Responsáveis organizam rotina para cumprir atividades propostas
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Responsáveis organizam rotina para cumprir atividades propostas

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GRACIA Coelho, 67, usa experiência como professora para ajudar o neto Pablo, 13  (Foto: Deisa Garcêz/Especial para O Povo)
Foto: Deisa Garcêz/Especial para O Povo GRACIA Coelho, 67, usa experiência como professora para ajudar o neto Pablo, 13

A professora Gracia Coelho, 67, se aposentou em 2017. Nos últimos meses, no entanto, transformou a sala de casa no espaço para orientar e estudar com o neto Pablo Coelho Andrade, 13, aluno do 6º ano da rede pública de Fortaleza. Gracia diz que o adolescente não foi avaliado, mas teve as atividades repassadas e que contaram como pontuação pelos professores.

"Algumas questões eu não sei. Olha que eu tenho um nível bom de escolaridade. Fiz até pós graduação em psicopedagogia. Mas eu me coloco preocupada com outras mães que não têm a oportunidade de ter o nível escolar bom para passar aos filhos ou horário para estudar como a gente", lamenta ao dizer que a disciplina de matemática é a mais complicada para ajudar o neto.

Também da rede pública municipal, a dona de casa Leyla Lima, 32, organizou os horários de estudos para o uso dos dois celulares entre os três filhos: Yorrana Ferreira, 13, Iarlley Ferreira, 9, e Rayssa Ferreira, 5. A medida, diz ela, é para reduzir os impactos negativos na aprendizagem das crianças. Cada um deles estuda em uma escola pública diferente no Conjunto Ceará.

"Eles estão sendo avaliadas por meio do aplicativo Aluno Online. O gabarito da prova sai na hora. Os professores passam as atividades normalmente. Durante esse período, eles estão fazendo mais atividades do que indo pra escola", comenta. Ela garante que os pequenos retornam às classes somente quando houver vacina disponível.

Wagner Andriola, professor da Universidade Federal do Ceará, destaca que é preciso assegurar dois princípios básicos ao avaliar o estudante em qualquer situação: validade e fidedignidade do conteúdo repassado ao alunado.

Sem dúvida, o contexto da pandemia nos fez perder um pouco da humanidade e humanismo. Nós estamos distanciados. Esse aspecto da interação é vital para que haja desenvolvimento e aprendizado. Neste momento isso está comprometido. Por isso, nós temos de adaptar as estratégias de ensino à realidade", analisa Andriola.

 

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