Entidades representativas dos professores estão mais próximas do que versa o parecer do Conselho Estadual de Educação (CEE), que recomenda aulas remotas até o fim de dezembro. Por outro lado, o Conselho Municipal de Educação (CME) recomenda retorno escalonado e revezamento dos estudantes.
"Nós entendemos que ainda não é o momento de falar em retorno. Falar de voltar às aulas causa ansiedade para muitos profissionais", diz Reginaldo Pinheiro, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Lotados nas Secretarias de Educação e de Cultura do Estado do Ceará e nas Secretarias ou Departamentos de Educação (Apeoc).
Para ele, é preciso que o plano em elaboração não seja algo "para inglês ver". "Não pode ser um programa que não tem alcance. É necessário atender e ter um diagnóstico da saúde do professor e definir política de prevenção e promoção da saúde pública nesta área".
O retorno também preocupa Bruno Rocha, presidente do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Ceará (Adufc). Segundo ele, a pressão para continuar o calendário acadêmico e voltar com aulas remotas elevou a pressão sob os profissionais que, segundo ele, "estão se sentindo incapazes de realizar todas as tarefas
neste momento".
O representante cita que a preocupação com o psíquico dos docentes incomodou para ações efetivas ainda em abril. Naquele mês, a entidade organizou com professores do Curso de Psicologia da UFC um acolhimentos aos doentes. Uma abertura para o diálogo. "A gente defende que a retomada seja mais tranquila. Temos relatos de professores muito preocupados. Muita gente colocando o elemento de tarefas duplicadas ou triplicadas", sugere.