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Volta às aulas representaria um risco a mais para 513 mil cearenses
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Volta às aulas representaria um risco a mais para 513 mil cearenses

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Retornar às salas de aula e demais espaços escolares pode representar um perigo a mais para 513.040 cearense. Esse é o número de idosos ou adultos com alguma comorbidade que vivem na mesma casa que crianças e adolescentes em idade escolar. A quantidade de pessoas que pode passar a se expor ao novo coronavírus foi calculada por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com base na Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada em 2013.

A equipe do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict/Fiocruz) analisou dados sobre dois grupos populacionais que se encontram nos chamados grupos de risco da Covid-19: os adultos com idade entre 18 e 59 anos que têm diabetes, doença do coração ou doença do pulmão, e os idosos (com 60 ou mais anos). Em seguida, cruzou os dados para verificar quantos desses dois grupos residem em domicílio com pelo menos uma criança ou um adolescente entre 3 e 17 anos.

De acordo com o estudo, o Ceará é o quarto estado brasileiro com a maior proporção de idosos ou adultos do grupo de risco morando com menores em idade escolar. A média nacional é de 4,4% da população vivendo nessas condições; já no Estado a taxa é de 5,62%. Os três primeiros lugares do ranking são ocupados por Rio Grande do Norte, Pernambuco e Piauí, respectivamente.

A pesquisa destaca ainda que, em um cenário otimista, 10% dos adultos com fatores de risco e idosos que vivem com crianças em idade escolar necessitariam de cuidados intensivos. Em números absolutos, seriam 51.304 cearenses precisando de um leito de UTI. “Retomar as aulas sem considerar a complexidade dessa medida para além do provável impacto somente nos alunos é movimento arriscado”, afirma o texto; afinal, ficar em casa deixaria de ser a medida mais segura para essas pessoas.

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