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Missa pelos 46 anos de morte de Dom Lustosa será transmitida online
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Missa pelos 46 anos de morte de Dom Lustosa será transmitida online

Celebração também será realizada pelo processo de canonização do arcebispo emérito de Fortaleza, iniciado em 1993
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FORTALEZA, CE, BRASIL, 13.08.2020: Sala em homenagem a Dom Antônio de Almeida Lustosa. Seminário da Prainha. (Fotos: Fabio Lima/O POVO) (Foto: Fabio Lima)
Foto: Fabio Lima FORTALEZA, CE, BRASIL, 13.08.2020: Sala em homenagem a Dom Antônio de Almeida Lustosa. Seminário da Prainha. (Fotos: Fabio Lima/O POVO)

Os 46 anos da morte de Dom Antônio de Almeida Lustosa serão lembrados na tarde de hoje, 14, em uma missa em ação de graças. A cerimônia terá início às 17 horas e, sem a participação presencial dos fiéis, será transmitida na página do Instituto Josefino no Facebook. Celebrada pelo padre Abimael Nascimento, da paróquia de Nossa Senhora do Sagrado Coração, na Aerolândia, a missa também será realizada em prol do processo de canonização de Dom Lustosa.

Nascido em 11 de fevereiro de 1886, em São João del Rei, Minas Gerais, o religioso foi arcebispo de Fortaleza entre os anos de 1941 e 1963 e tem uma história repleta de obras voltadas para a população carente, dedicando-se especialmente à saúde e à educação dos mais pobres. Falecido em 1974, foi sepultado na Catedral Metropolitana de Fortaleza.

Por iniciativa de Dom Aloísio Lorsheider, o processo de canonização de Dom Lustosa teve início em 1993. No final daquela década, em 1999, Dom José Antônio Tosi criou a Comissão de Apoio à Causa de Beatificação e Canonização de Dom Lustosa, da Arquidiocese de Fortaleza. Atualmente, o processo encontra-se no final da segunda etapa — de um total de três —, conforme explica padre Abigail Nascimento.

"Esperamos ainda este ano passarmos para a chamada terceira fase, em que precisaremos de um milagre reconhecido pela Igreja para a beatificação e outro para a canonização", afirma. Porém, não há data prevista para o encerramento dessa fase, que pode chegar a 2021. "Até devido à pandemia, que infelizmente acaba diminuindo os ritmos dos trabalhos."

A atual etapa do processo, chamada fase romana, refere-se ao momento em que o postulador — "um advogado que vai trabalhar em prol da causa" — leva a Roma o positio, que cataloga as virtudes heroicas da pessoa e deverá ser analisado e aceito pela Congregação para as Causas dos Santos.

A motivação para iniciar o processo de canonização, explica o padre, foi a visita do Papa João Paulo II a Fortaleza, há 40 anos. "Quando João Paulo II esteve em Fortaleza, ele invocou Dom Antônio de Almeida Lustosa santo e sábio. A partir daquela invocação, começou-se a querer abrir o processo."

Sobre a importância de Dom Lustosa e do processo de canonização, padre Abimael Nascimento diz-se privilegiado por ter visto as obras criadas por ele tanto na capital cearense quanto em Uberaba (MG) e Corumbá (MS), cidades em que o religioso foi bispo em 1920 e 1928, respectivamente, antes de ser nomeado arcebispo de Belém (PA), em 1931, e posteriormente de Fortaleza, em 1941.

Na Capital, Dom Lustosa criou mais de 10 postos de saúde em bairros da periferia, todos hoje conveniados com a Prefeitura e o Estado, além de escolas populares. Ele também criou a Escola de Serviço Social, em 1950, reconhecida de nível superior em 1956 e atualmente faz parte da Universidade Estadual do Ceará (Uece). Entre tantas outras obras do religioso — que também foi escritor e articulista em jornais —, Nascimento destaca o Hospital São José (HSJ). "De fato, foi um grande homem que marcou a história de Fortaleza."

 

Missa em Ação de Graças

Data: hoje, 14, às 17h

Transmissão: página do Instituto Josefino no Facebook

Acesso em: www.facebook.com/instjosefinoIquis

 

Morte

Dom Lustosa faleceu no dia 14 de agosto de 1974, aos 88 anos, na casa salesiana de Carpina, Pernambuco, Brasil, onde viveu os seus últimos quinze anos. Por sua trajetória na cidade, foi sepultado na catedral de Fortaleza.

 

Processo de beatificação e canonização

Segundo explica o padre Abimael Nascimento, ao todo são três etapas:

1 - Fase diocesana
Nessa etapa, a diocese estabelece as primeiras investigações sobre a fama de santidade e as virtudes no território onde aquela pessoa viveu e trabalhou. Escuta-se testemunhas, verifica-se as obras e os escritos. É concedido o título de Servo de Deus;

2 - Fase romana
Os documentos elaborados na fase diocesana são remetidos a Roma por meio do postulador, que, conforme explica padre Abimael, é "como um advogado que vai trabalhar em prol da causa". O postulador aprofunda a pesquisa em busca das virtudes heroicas do Servo de Deus, que são catalogadas em um documento, o positio, que será entregue para a congregação da Casa dos Santos;

3 - Análise dos milagres
Essa etapa é dividida em duas partes: beatificação e canonização. Os supostos milagres são catalogados e analisados por uma junta médica do local onde aconteceram, para atestar que não há explicação científica. Em seguida, seguem para Roma e cientistas do Vaticano irão analisar e reconhecer o ocorrido como milagre. O primeiro milagre é reconhecido na etapa de beatificação; e o segundo milagre, que passa pelo mesmo crivo, na etapa da canonização, concluindo o processo.

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