A partir de amanhã, dia 1º, está autorizado o retorno gradual das aulas presenciais nas instituições de ensino no Ceará. Inicialmente, o Governo autorizou a volta da educação infantil, na rede privada, com 30% da capacidade; aulas práticas e estágios no Ensino Superior; e as atividades extracurriculares (curso de idiomas, música, informática, etc). O protocolo para educação, com mais de 15 páginas, é um dos mais extensos estabelecidos aos setores. As medidas vão desde distanciamento mínimo de 1,5 metro entre as pessoas, testagem de professores, às recomendações sobre o que fazer em caso de contaminação no ambiente escolar.
De acordo com o documento, se um caso for registrado, a orientação é fechar a sala de aula por 14 dias. Alunos e funcionários em contato próximo de caso positivo ficarão em autoquarentena por 14 dias. A tabela é progressiva e pode levar ao fechamento da escola inteira a partir de duas ocorrências, ligadas entre si, mas adquiridas por origens diferentes. Nesta situação, a escola pode ser reaberta após investigação, mas as salas permanecem fechadas por 14 dias.
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As escolas também vão ter que estreitar os canais de comunicação não só com os pais, como com as autoridades de saúde para dar ciência das providências que estão sendo adotadas para evitar a disseminação do vírus. Casos confirmados devem ser notificados em até 48 horas à Secretaria Estadual de Saúde.
No último fim de semana, começaram os testes para os profissionais de educação infantil da rede privada, com material fornecido pelo Estado e aplicação feita por técnicos capacitados pelo Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Ceará (Sinepe). A testagem prévia é outro item recomendado às escolas.
Na sede da Unicristhus, no bairro do Cocó, foram realizados 2,5 mil testes. No sábado, foram observadas filas, mas ontem à tarde o movimento foi tranquilo. "A prioridade é testar os professores e auxiliares da educação infantil que vão retomar agora. Estamos avaliando como podemos melhorar o serviço", afirmou coordenador do Sinepe, Matheus Leitão.
Ele avalia que apesar de extenso, o protocolo do Estado não surpreendeu porque já vinha sendo negociado há bastante tempo. "E muitos dos pontos previstos já estavam sendo executados pelas escolas esperando por esse momento".
A volta às aulas presenciais não é obrigatória e as escolas devem dar opção de ensino integralmente remoto aos pais.
Dentro do ambiente escolar é obrigatória a medição de temperatura na entrada; uso de máscaras pelos profissionais e crianças a partir de 3 anos; vedação de áreas comuns como espaços dedicados às atividades lúdicas e cantinas; além de escalonamento dos horários de entrada, saída, intervalo, banho (sistema integral ou outros), lanche e almoço das turmas para evitar aglomerações.
Na creche-escola Espaço Inteligente, com turmas do berçário ao Infantil I, as aulas presenciais voltam no dia 8. A diretora Vanessa Almada Queiros diz que este período será para fazer os ajustes finais para reabertura. Dentre outras medidas, a escola designou um profissional só para fazer o monitoramento das medidas previstas no protocolo e a situação de saúde dos alunos.
Da consulta prévia feita aos pais, 80% optaram pelo sistema híbrido, no qual parte das aulas é feita de forma presencial e a outra de forma remota. Ainda assim, ela acredita que não haverá problemas para atender ao limite de 30% estabelecido pelo Governo e garantir o distanciamento entre as crianças. "Vamos conseguir porque, quando se trata da educação infantil, ocorreram muitos cancelamentos. Infelizmente, a maior parte das escolas perdeu entre 30% a 50% dos seus alunos. A gente sabe que muitos vão voltar, mas não agora".
Outros serviços em educação que voltam:
O decreto do Governo do Estado também autoriza a retomada das aulas práticas e estágios do Ensino Superior para concludentes e não concludentes até 100% da capacidade, desde que respeitados os protocolos gerais e específicos. Além do retorno das atividades extracurriculares (idiomas, música e informática) e os serviços de apoio à educação (transporte escolar, testes vocacionais, avaliações educacionais)
120
É o número de escolas de educação infantil privadas no Ceará, segundo o Sinepe. Ao todo, são 11.123 escolas públicas e privadas.
Como fica o ensino nas demais regiões:
- Em todos os municípios do Estado, estão liberadas as atividades para a realização de aulas em ambientes virtuais, não presenciais para quaisquer níveis de educação.
- Estão liberadas, a partir da Fase 2, as atividades administrativas de instituições de ensino, desde que incompatíveis com o trabalho remoto, em home office.
- Estão liberadas, a partir da Fase 3, aulas práticas presenciais para os concludentes dos cursos de graduação e pós-graduação de quaisquer carreiras.
- Para os municípios incluídos nas Fases de Transição, 1, 2 e 3, só são permitidas aulas práticas presenciais para os concludentes dos cursos de graduação e pós-graduação de quaisquer carreiras.
- O setor da educação, a partir da Fase 4, passa a ter retomada gradativa das atividades seguindo as normas e datas estabelecidas pelos órgãos de saúde
O que diz o decreto
Algumas medidas de
segurança previstas
A partir de 1º de setembro, fica liberado na região de saúde de Fortaleza a atividade presencial da educação infantil na rede privada de ensino, limitada a 30% da capacidade de atendimento.
O retorno às aulas presenciais será sempre opcional. A escola deve assegurar a manutenção do ensino integral remoto para os pais que
assim escolherem.
É proibida a realização de feiras, palestras, seminários, competições esportivas e acolhimento dos
alunos em espaço coletivo que
possibilite aglomeração.
Para apoiar na decisão dos pais e responsáveis quanto a retomada dos filhos às aulas presenciais, a instituição de ensino deve disponibilizar o modelo de ferramenta para Tomada de Decisão (CDC), previsto no protocolo.
Todos os membros da equipe serão convidados a fazer um teste
Covid-19 nos dias anteriores ao
primeiro dia de aula.
Comunicar professores, colaboradores, estudantes e seus responsáveis o retorno às aulas presenciais das Etapas Especiais 1, 2 e 3 com um mínimo de 7 dias úteis, junto com as normas que devem ser seguidas pela instituição de ensino, alunos, profissionais, terceirizados, fornecedores e famílias.
Reorganizar turmas para garantir que os alunos possam sentar-se com distância igual ou superior a 1,5 metros entre eles.
Escalonamento dos horários de entrada, saída, intervalo, banho (sistema integral ou outros), lanche e almoço das turmas para evitar aglomerações.
Na entrada, medir a temperatura das pessoas. Proibir a entrada daquelas que apresentarem 37,5°C ou mais.
Espaços dedicados às atividades lúdicas devem permanecer fechados.
Profissionais que têm contato direto com as crianças da Educação Infantil deverão usar batas de manga longa por cima da roupa, e manter cabelos (quando longos) presos de alguma forma (rabos de cavalo, coque, trança, etc.).
O que fazer em casos suspeitos
ou confirmados de Covid-19
Comunicar em até 48 horas os familiares e autoridades sanitárias da suspeita ou confirmação de alunos e profissionais do contágio pela Covid-19 e acompanhar a situação de saúde.
Em caso de confirmação, a pessoa só deve retornar de posse de autorização médica. E toda turma é instruída a fazer auto-quarentena por 14 dias, bem como realizar testagem.
Em caso de familiares ou alunos que retornarem de viagem para o exterior ou outros estados com grande número de casos, estes deverão manter-se em isolamento voluntário por 14 dias
para avaliar evolução da sua condição de saúde.
Garantir que alunos e profissionais fiquem em casa quando apresentarem sintomas gripais, que tiverem
familiares sintomáticos ou esperando resultado de testes ou após contato
com caso confirmado.