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Dez dias após incêndio no Casarão dos Fabricantes, lojistas encontram diferentes soluções para seguir trabalhando
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Dez dias após incêndio no Casarão dos Fabricantes, lojistas encontram diferentes soluções para seguir trabalhando

Local onde funciona um estacionamento para ônibus de feirantes será adaptado para receber 200 boxes
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CATEDRAL EMPREENDIMENTOS tem sido uma alternativa para os locatários do Casarão (Foto: Barbara Moira)
Foto: Barbara Moira CATEDRAL EMPREENDIMENTOS tem sido uma alternativa para os locatários do Casarão

Depois de testemunharem a destruição de seu local de trabalho e de suas mercadorias pelas chamas de um incêndio ainda sem causas definidas, os comerciantes do Casarão dos Fabricantes enfrentam desafios e se empenham no retorno das vendas. Os lojistas decidiram retomar as atividades em três centros comerciais, na Catedral Empreendimentos, no Feirão São José e em um outro que será estruturado na rua Rufino de Alencar. Os locais, todos no Centro, foram definidos em reuniões na última semana.

Diana Santos, que trabalhava no local há três anos, explica que cerca de 100 comerciantes decidiram buscar uma solução em "pontos onde tem mesmo fluxo de feirantes". "Hoje eu estou no Catedral Empreendimentos, em frente ao Casarão, e outros foram para o Feirão São José. Essa semana estamos tentando recomeçar", relata. "Algumas pessoas ainda estão paradas porque não têm como recomeçar, como ter a mercadoria. Quem é fabricante ou que tinha mercadoria em casa está focando no (comércio) online, mas quem só tinha a loja tem mais dificuldades." Nos novos pontos, os permissionários tiveram redução na taxa de manutenção e carência de 90 dias a 12 meses para o começo dos pagamentos.

Comerciante do Casarão há cerca de 13 anos, André D'Avila afirma que "a preocupação é muito grande porque ainda estamos na pandemia, com muitas restrições e o fluxo de clientes diminuiu." Ele conta que a administração do Casarão deu cinco opções de espaços para o novo ponto. O terreno que hoje abriga um estacionamento para ônibus de feirantes foi o escolhido. No novo local, serão construídos 200 boxes e cada lojista terá direito a um box padronizado de 2 metros quadrados.

"Paralelo a isso cada um está correndo para buscar novas alternativas. Precisamos nos posicionar nesses pontos que já funcionam plenamente porque esse novo é um desafio, não é um ponto comercial ainda. Vai se tornar agora", argumenta. Ele conta que tinha quatro lojas no prédio incendiado e que tem pontos em outros prédios comerciais da Cidade, por isso está investindo nas vendas online enquanto aguarda a construção do novo local.

O endereço fica na rua Rufino de Alencar a 350 metros da esquina com a avenida Alberto Nepomuceno. Vanessa Fenego, representante jurídica do Casarão, explica que “o local está sendo adaptado para poder funcionar de acordo com todas as normas da Prefeitura e de segurança”. “A previsão é que a inauguração ocorra neste mês de setembro”, informa. Além da nova estrutura, com carência até janeiro de 2021, a empresa afirma estar oferecendo suporte de marketing e jurídico aos comerciantes. “Importante salientar que também está sendo negociada uma linha especial com o BNB (Banco do Nordeste) para os lojistas que necessitarem”, enfatiza a advogada.

As causas do incêndio ainda não foram definidas. Isso porque, devido a instabilidade do edifício, a Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) interrompeu o periciamento devido a fragilidade do imóvel. Na última quarta-feira, 9, o órgão informou ao O POVO que "mantém os trabalhos preliminares de levantamentos externos acerca do incêndio", dando continuidade as análises externas no entorno da edificação. Ontem, a assessoria jurídica do Casarão informou que a Defesa Civil esteve no local na segunda-feira "para fazer o
levantamento da área e definir quais são as medidas de engenharia necessárias para que o imóvel esteja seguro para viabilizar a perícia".

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