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Os desafios da rede pública
CIDADES

Os desafios da rede pública

PONTO DE VISTA
Edição Impressa
Tipo Notícia
 (Foto: Acervo pessoal)
Foto: Acervo pessoal

O Brasil é um país com dimensão continental e marcado por desigualdades. A área mais importante para desenvolver uma nação é a educação, no entanto, nesse período de pandemia ela tem enfrentado alguns desafios. O primeiro deles foi manter um ensino à distância, o segundo é quanto ao retorno das aulas presenciais, em ambas as situações tivemos alunos prejudicados.

No Ceará, estamos nos preparando para o retorno das atividades presenciais. Apesar do Governo do Estado e das Prefeituras terem criado mecanismos para superar os desafios, infelizmente, problemas maiores que marcam a história do País impedem a eficiência do EAD para alunos de escola pública. Todavia, a volta às aulas presenciais também apresenta adversidades. A falta de estrutura, salas pequenas para comportar os alunos respeitando o distanciamento, falta de equipamentos eletrônicos para manter um ensino híbrido, poucos banheiros e bebedouros para a quantidade de alunos, espaço limitado para as refeições.

Além das questões estruturais, existem os empecilhos para os alunos. A questão socioeconômica, por exemplo. Muitos estudantes frequentam a escola por causa das refeições, outros não possuem condições de se deslocar por conta da falta de um transporte seguro, além de que muitos dependem de algum membro da família ou da comunidade para ir até o colégio.

Outro ponto significativo é o familiar, pois em muitos lares não há uma estrutura equilibrada, conflitos em casa, falta de estímulo e apoio aos estudos, já que alguns filhos contribuem para a renda da casa, a perda ou o medo de perder algum ente familiar com o retorno das aulas também interfere no rendimento do aluno.

Na Psicologia, a Pirâmide de Maslow mostra que para atingir um nível emocional equilibrado é preciso suprir algumas etapas, a primeira são questões fisiológicas, como a alimentação; em segundo plano a segurança, que para os alunos é tanto física, como de saúde; em terceiro, aspectos sociais, a relação e a interação com a sociedade, o que está bem limitada com o isolamento social.

Para a maioria dos estudantes da rede privada isso não é um problema, mas para os da pública, sem ter o que comer em casa, não há como priorizar o estudo, sem segurança no retorno das aulas, não há como priorizar o estudo, sem um ambiente social equilibrado, não há como priorizar o estudo.

Portanto, para a volta das aulas presenciais não basta somente estrutura de equipamento de combate à Covid-19, é preciso investir em questões socioemocionais dos alunos, além de oferecer um traslado seguro. O fator principal é como estimular o aluno a retornar à escola.

 

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