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Começa demolição de prédio da Santos Dumont que sofreu explosão
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Começa demolição de prédio da Santos Dumont que sofreu explosão

Não há prazo para a finalização da demolição, que está sendo realizada pela Oi, proprietária do imóvel
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Após vazamento de gás e explosões, prédio começa a ser demolido na avenida Santos Dumont (Foto: Aurelio Alves/ O POVO)
Foto: Aurelio Alves/ O POVO Após vazamento de gás e explosões, prédio começa a ser demolido na avenida Santos Dumont

Começou ontem, 29, a demolição de prédio da Oi localizado na avenida Santos Dumont, no bairro Papicu, que sofreu explosão na última quinta-feira, 24. O trabalho será realizado por empresa especializada contratada "sob supervisão e acompanhamento de profissionais da Oi". Não há prazo para a finalização da demolição, que vai depender da evolução dos trabalhos, segundo a assessoria da Oi informou, por meio de nota. O processo tem "condições complexas decorrentes do estado em que o prédio ficou após a explosão."

Por volta das 15 horas, a demolição foi iniciada, com a utilização de retroescavadeiras para derrubar as estruturas do imóvel, cujo acesso está interditado. A Defesa Civil Municipal irá acompanhar todo o processo de demolição, retirada dos resíduos, limpeza do terreno e, posteriormente, vistoria das casas para avaliar se não houve avaria. Se nenhum dano for identificado, as famílias serão autorizadas a retornar para os imóveis da vila.

Na segunda-feira, 28, "os trabalhos de preparação começaram com o processo de escoramento da torre metálica de telefonia móvel localizada nos fundos do terreno da estação, torre esta que será posteriormente desmontada." Segundo a Oi, todo o tráfego de telefonia móvel que utilizava a estrutura foi remanejado, "de modo que não há nenhum impacto na cobertura aos clientes na região".

A demolição foi recomendada após laudo feito por um perito particular contratado pela Oi indicar que a estrutura da edificação estava comprometida e em risco iminente de colapso. O documento também apontou a possibilidade de a vila ao lado da edificação ser afetada em caso de desabamento. As casas vizinhas ao prédio foram interditadas pela Defesa Civil e 43 moradores retirados do local.

A explosão ocorreu após a perfuração de um duto da Companhia de Gás do Ceará (Cegás), localizado próximo da região, ter espalhado o combustível até o prédio. Segundo a assessoria do empreendimento, a perfuração foi causada por uma obra na região, fazendo com que o gás escapasse e atingisse o equipamento.

A Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), por meio do 15º Distrito Policial (DP), instaurou inquérito para apurar "as causas e circunstâncias determinantes que ocasionaram o sinistro". O Núcleo de Engenharia Legal e Meio Ambiente (Nupelm) da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) foi acionado e realizou os primeiros levantamentos no local, conforme o órgão. Com a conclusão da perícia, será feito um laudo técnico-científico que auxiliará na investigação.

 

Vizinhos não sabem quando voltam para casa

Os moradores das casas localizadas ao lado do prédio que sofreu explosão na última quinta-feira, 24, não sabem quando vão retornar para suas casas. As famílias saíram por volta das 22 horas de sábado, 27. Após laudo feito por perícia particular identificar risco à estrutura dos imóveis, a Defesa Civil Municipal realizou a retirada temporária dos 43 moradores cadastrados pelo órgão, notificando as famílias sobre os riscos de permanecer nas casas e interditando as vias de acesso à vila, até a demolição seja concluída e "todos possam retornar em segurança". A empresa está arcando com custos de alimentação e hospedagem em hotel. Alguns moradores relatam dificuldades de quem trabalha em casa, de forma autônoma.

"Primeiro, disseram que o prazo era três dias, que seria hoje (ontem). Depois, outro rapaz da Oi foi falar que talvez (o retorno) fosse na sexta. Estamos esperando o que eles vão dizer", relata a cabelereira Leiliane Xavier, 28. "Eu deixei de receber três clientes já. Porque trabalho em casa", diz. "Minha geladeira tá cheia de salgado e vai estragar. Faço um dia para vender no outro. Meu cunhado também trabalha com salgados. Tem um borracheiro que trabalha lá e tá fechado", conta José Imar, 47.

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