O Ministério Público do Estado (MPCE) concedeu mais 45 dias para conclusão do inquérito que investiga a morte de Mizael Fernandes da Silva Lima, de 13 anos, morto em intervenção policial em Chorozinho (75 quilômetros da Capital), 1º de julho último. Entre as diligências determinadas pelo MPCE à Delegacia de Assuntos Internos (DAI), está a reconstituição simulada dos fatos, conforme manifestação feita na quarta-feira, 30.
Como O POVO mostrou na última sexta-feira, 25, a DAI indiciou o sargento da Polícia Militar Enemias Barros da Silva por homicídio qualificado e fraude processual — indiciamento que pesa também para outros dois PMs. Além da reconstituição, a promotoria listou sete diligências a serem feitas, como depoimento de perito, de policiais da inteligência que repassaram a informação que baseou a operação e dos próprios indiciados, que ainda não foram ouvidos pela DAI.
Os PMs ingressaram com pedido de habeas corpus para trancamento do inquérito, alegando que crimes militares só competem ao inquérito policial militar investigar. O pedido ainda vai ser julgado, mas liminar já foi negada, conforme publicado no Diário de Justiça de 6 de agosto último. "O pedido liminar se confunde com o próprio mérito do habeas corpus, vez que o fundamento a amparar a urgência é o mesmo que dá suporte ao pedido final da impetração", entendeu o juízo da Auditoria Militar. Na manifestação de quarta, o MPCE reforçou ser contra o trancamento. Decisão da Vara de Chorozinho, de 17 de julho, já determinava a continuidade da investigação.