Após cobrança pública do Instituto Butantã, na quinta-feira, 22, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou ontem, 23, a importação de 6 milhões de doses da vacina Coronavac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com a instituição paulista. A agência, porém, ainda não deu parecer final sobre o pedido de importação da matéria-prima para a fabricação de outras 40 milhões de doses. Pelo acordo entre Sinovac e Butantã, 6 milhões de doses seriam entregues prontas ainda em outubro e o restante teria a produção finalizada no Brasil até dezembro, com envase e rotulagem realizadas na fábrica do instituto em São Paulo.
Apesar da autorização para importação e cronograma para fabricação das doses, a vacina precisa comprovar segurança e eficácia nos testes clínicos. Os resultados devem sair somente no fim do ano. E como o produto ainda não tem registro de comercialização no Brasil sua importação fica sujeita a uma autorização excepcional da Anvisa. O instituto afirmou que esperava desde 18 de setembro resposta ao pedido que fez para que a agência autorizasse a importação da matéria-prima da Coronavac. Segundo o Butantã, a demora afetaria "as perspectivas de produção e oferta de vacina contra a Covid-19 para a população brasileira".
Na sexta, a agência informou ter autorizado "parte da solicitação" do Butantã, referente às 6 milhões de doses prontas, e disse que o pedido de importação da vacina "em forma de um produto intermediário, isto é, produto não envasado", continua em análise. De acordo com a agência, o Butantã não informou a quantidade exata de produto "a granel" que pretende importar. "Informou apenas que seriam aproximadamente 40 milhões de doses (...) para envase nas dependências do Instituto".
A Anvisa diz ter encaminhado ao instituto notificação para que informasse a quantidade exata, mas que, até o momento, não teve retorno. Sendo assim, a solicitação "será apreciada quando o requerente enviar a informação solicitada", diz o voto, que teve como relator o diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres.
O número de casos de Covid-19 no Brasil na última semana epidemiológica caiu 19,4% em relação à anterior. Já o quantitativo de mortes sofreu uma redução de 17,5% no mesmo período. As informações estão no Boletim Epidemiológico 36, que analisa a evolução da pandemia no País. O documento foi divulgado pela pasta ontem. Na semana epidemiológica (SE) 42, que vai de 11 a 17 de outubro, foram registrados 141.725 novos casos. Na SE 41, o total de diagnósticos positivos notificados pelas autoridades de saúde havia totalizado 175.804. Na distribuição por região, foram registrados 52.314 casos no Sudeste, 32.484 no Nordeste, 24.670 no Sul, 19.362 no Centro-Oeste e 12.895 no Norte. (Com agências)