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PF considera eleições "tranquilas" quanto a crimes eleitorais
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PF considera eleições "tranquilas" quanto a crimes eleitorais

Foram 23 pessoas autuadas, sendo seis presos em flagrante. Aumento de interferência de facções, porém, foi registrado, diz delegado
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Polícia Federal (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil Polícia Federal

As eleições municipais de 2020 foram consideradas tranquilas pela Polícia Federal (PF). Balanço divulgado no fim da tarde de ontem, 15, mostrou que 23 pessoas foram autuadas por crimes eleitorais. Seis pessoas foram presas em flagrante por crimes de compra de votos (quatro em Juazeiro do Norte) e transporte irregular de eleitores (um em Sobral e um em Fortaleza). Outras 17 pessoas tiveram lavradas contra si Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por infrações de menor gravidade. Esse número incluiu candidatos a vereadores, mas a PF não informou seus nomes.

Conforme o delegado Paulo Henrique Oliveira Rocha, coordenador da operação da PF nas Eleições 2020, a pandemia e as medidas de restrição de aglomerações contribuíram para a tranquilidade das eleições. "Isso reduziu muito a quantidade de pessoas nas ruas e a consequência natural: menos problemas se verificam nas ruas", disse o delegado. Nas eleições municipais de 2016, a PF havia contabilizado 28 prisões em flagrante no primeiro turno.

Entre as ocorrências registradas pela PF está a condução de 20 pessoas suspeitas de estarem sendo transportadas irregularmente para votar. Conforme O POVO apurou, eles foram convencidos a mudar o local de votação de Fortaleza para Pacatuba, na Região Metropolitana de Fortaleza, mediante pagamento. Uma mulher foi presa em flagrante suspeita de liderar a captação ilegal de votos. Segundo apurado, os votos estariam sendo comprados em favor do candidato Carlomano Marques (MDB). Dois táxis também foram apreendidos: um por constar propaganda irregular e outro por suspeita de o motorista estar jogando "santinhos" nas ruas.

Apesar da tranquilidade com relação a crimes eleitorais, o delegado Paulo Henrique Oliveira Rocha destacou o aumento da interferência de facções criminosas no pleito, conforme denúncias feitas desde o início do processo apurado. Foram relatos como constrangimento a eleitores (ele citou como exemplo informes de eleitores que foram retirados de casa) e destruição de propagandas de candidatos que não eram endossados por criminosos.

O delegado destacou o caso de Caucaia como município com grande quantidade de denúncias. Conforme ele, a PF aguarda parecer de Ministério Público Eleitoral e Justiça eleitoral para requisição de abertura de inquérito para apurar os casos. Não houve prisões em flagrante por crimes eleitorais referentes à atuação de facções criminosas.

A PF ainda identificou aumento no número de apreensões. Da última segunda-feira, 9, até aqui, foram cumpridos 35 mandados de busca e apreensão pela PF, que podem gerar, cada um, inquéritos policiais específicos. Além disso, foi apreendido pouco mais de R$ 97 mil em espécie nas diligências. Ainda foram apreendidos documentos, aparelhos informáticos e veículos.

Novidade nas eleições do Estado foi o uso de drones pela PF. "Nós tivemos apenas uma abordagem feita no município de Caucaia com auxílio de drones. A gente sobrevoou cerca de seis municípios, nos outro cinco não houve sucesso." (Colaborou Júlia Duarte)

 

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